terça-feira

Às vezes arteira ... outrora artista .





Pela elegância exposta no tecido cor de rosa ela se pôs a caminhar .Objetivos explícitos pela movimentação da saia longa , pelo brinco musicado pelo balançar espontâneo de quem vive em movimento celeste .
Era sátira às vezes para sí mesma , pois não compreendia tanta compreensão sobre o mundo que as vezes sentia . Ria pela maluquice deslocada , pela concordância diante do irreal e pela negligência que tinha pelo real imposto.
Não gostava dessa comum-cidade, nem dessa comum -idéia a respeito de tudo .Era a transposição de estados que fascinava . A ondulação do ciclo , a ventania do entorno, o fundo infinito , a luz refletida , a mão colorida , os pés descalços na terra e a rebeldia interna de um coração que lutava de forma incandescente contra essa frieza literária , social e humana.
Dar estrelas no chão ela não dava , tinha medo de ficar de cabeça para baixo . Mas virava a foto quando queria ver de tal perspectiva .
Se dançava algo estranho porque sentia pulsar em sí, fazia sempre em sincronia e ritmo , e fazia porque queria e fazia porque ousava  arrancar uma gargalhada de outro , um olhar de espanto ou mesmo de estranheza . Era arteira , porque só sendo arteira pra ser artista !
Não há arte sem devaneios , nem devaneios sem loucura, nem loucura sem insanidade , nem insanidade sem ternura ...

Por Val Amores *

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