terça-feira

Não sabia dizer , nem mesmo podia ...


Era o pensamento mais inesperado que ela podia ter !
Um pensamento sem total certeza, sem um olhar de realidade e principalmente sem abertura.
Era seu pensamento secreto e cretino. Cretino porque fazia um tipo de história voltar e uma análise chata, de sí mesma acontecer.
Analisava, refletia, revia os fatos e pronto: Lá estava o pensamento desregulado.
Era interessante notar, que apesar dos pesares, a idéia era estranhamente carinhosa, mas ainda assim fora do objetivo final. Da determinação mental .
Percebeu o problema de querer padronizar e cronometrar as sensações.
Intitular as reações diante da vida é a mais pura bobagem.
Deveria sentir a nova expansão, deixar-se levar adiante pela aventura cotidiana de esbarrar um capítulo ou deveria bloquear flashbacks de modo a privar a alma ?
Era sentir ou deletar, fingir e ignorar, ler entrelinhas de gestos e sinais escritos e divagar ...
Dúvidas, muitas dúvidas diante dessa complexidade, dessa sazonalidade de idéias surpresa, de idéias fora do padrão, da visão do que seria "exemplo".
Era, apesar de todo sentimento esquisito, gostoso perceber a entrelinha , a forma dada ao dia, que então ficava diferente.Ficava adocicado com toque de pimenta .
A opção de aventurar-se na corrente estava bem guardada no baú de conceitos que tinha.
Como a poeira levantou e expôs novamente esse pensar?
Não sabia dizer, apenas relutava entre ansiedade e coragem, entre disfarce e sorriso largo, animação e observação.
Encasquetada se mantinha .Encasquetada com um grilo, cigarra, bem te vi em dia de chuva , qualquer bicho suficientemente barulhento para cutucar o silêncio.
Fazia relações em segundos e viajava como a nova possibilidade de viver a vida.
Retornava ao chão quando enxergava sem a lente colorida e então calava qualquer opção ousada que tinha.
Revelar-se , revelando-se ...
Um filme em movimento ou condição estática de imagem e admiração?
Desvendar o véu, esconder-se nele (ainda mais) ?
Que seria ?
Não sabia dizer , nem mesmo podia ...

domingo

Naquela casa antiga morava ...

 


Naquela casa antiga, vista no sonho, morava uma voz.
Nas torres arredondadas a voz ecoava distante , a voz a guiava de maneira constante por degraus forrados de vermelho, num tecido macio, convidativo ao andar.
Uma borda dourada desenhava a escada espiral, que subia, enrolava até o final.
A capa arrastava o chão de pedra , a capa trazia as folhas consigo, como captura, feito de amizade ou doçura. Levada era pelo som suave , musicado, fino.
Pelas portas de vidro , janelas escancaradas , o ar entrava , o vento ventava, um perfume voava .
Subiu ao topo, degrau por degrau.
Em frente a um espelho lá estava ela , exposta e sagrada, tímida e mesmo assustada.
A luz que batia, que refletia , fazia cegar.
Com as mãos postas a frente num gesto sagaz , pelo espelho decidiu entrar.
Desceu transcendente , de olhos fechados , de mãos espalmadas, tão soltas, tão leves...
Do escuro à paisagem verde , os pés então descalços sentiam a grama do chão , vestido rodado girava pelo tamanho desse momento expansão, brincando, dançando, cantando em paz.
Naquela casa antiga, de passagem secreta espelhada que a trazia e a levava pelos 4 cantos universais  morava a alma encantada da moça discreta, secreta e fugaz.
Essa moça ficava de olho no céu , andando com a lua, sentada na pedra do rio. Ficava olhando a infinitude do que a rodeava , de longe ela via todas as facetas da vida, da rotina implantada. Ela via aquele que passava todos os dias num mesmo lugar , via aquele que observava ela a olhar.
Os diferentes olhos cruzados, em cores,  faziam da casa antiga o observatório sagrado das almas dispostas a crescer.Cresciam pela observação, pelo giro espelhado, aconselhadas pela voz encantada , iam todas pela escada enrolada, rumo ao nada profundo. Naquele nada então, encontravam o mundo.
O mapa para casa antiga? Do imenso jardim de almas inspiradas?
Fica ao leste , mas dentro do coração.

sábado

Fui eu que te ensinei, que ensinei a Eles e Eles esqueceram ...



Aquela pessoa singela, de livro na mão , avental empoeirado de giz, saia bem cedo pela manhã , passava horas em trânsito, horas em pontos, tomava até embarcações, ia a pé , de carroça também , de carona talvez...
Chegava ao grande prédio com sua missão desenhada, com a rotina organizada, com a hora marcada.
Percorria a imensidão do pátio, acolhendo aquele que pra ele corria, acenando para aqueles, que sentados sorriam.
Pela porta ingressava para expor o pensamento, a idéia, a citação, o trecho do poema.
Pegava a mão do que mal sabia traçar linhas e também daquele que já sabia, mas desejava saber mais .
Folheava o livro velho, gasto pelas horas de troca , na busca de ampliar visões, de inquietar o pensamento, sacudir a alma, enobrecer a esperança.
Por minutos, horas, dias, anos, essa foi sua Obra.
Passou para o filho , do filho ao neto, incentivou os amigos, a tão bela e necessária descoberta do Saber.
Adocicou por toda sua vida os ouvidos ansiosos daqueles que aguardavam um novo desafio e mesmo a chance de falar de sí, do sonho, da idéia.
Não era o metal que lhe dava a ação, era a importância , a beleza da profissão.
O respeito, a gratidão e o prazer de ensinar circundava a vida do que transferia saberes.
Era o amigo, tinha com ele um pouco mais da verdade , o motivo do tentar , o estímulo do criar .
Semeador de gerações .
Antes meu avô, depois meu pai, eu, meus irmãos, meus amigos, você, o outro e principalmente Eles , que esqueceram .Sim, Eles esqueceram !
Esqueceram que poder não significa melhoria, tampouco boa educação .
Eles, que esqueceram que manipulação é o inverso de democracia.
Eles que esqueceram que o pensar forma cidadania e que é a cidadania que concede a este mundo capacidade de vivência.
Eles que dão aos irmãos universais apenas a sobrevivência, através dos discursos comprados, da prolixidade, do descaso .Sobreviver é muito pouco aos que aprenderam que a vida é integração.
Aquele que ensinava e hoje não consegue ensinar mais porque é coagido, porque é humilhado, porque é colocado abaixo de qualquer grau de importância , morreu. Sim, morreu abraçado ao seu livro antigo, morreu diante do verso literário, da roda filosófica, morreu.
Morreu com ele a tradição mais sagrada que existe: Ensinar.
Em sua lápide ficou: " Fui eu que te ensinei, que ensinei a Eles e Eles esqueceram ... "
Se tens poder, alguém te deu as primeiras letras e se alguém te deu essas letras , penso eu que não era para escrever "Atirem neles, lancem bombas de efeito moral!"
Ora ! Por favor, que moral é essa que machuca? Que mata? Que assusta?
Quem não tem moralidade não pode decidir espalhar "MORAL" e sabe disso. Sabe tanto, que só sabe fazer isso pela imposição, pela força.
Aquele Educador morreu ...
Aquele que ensinava, cantava um Hino Nacional orgulhoso.Hoje, em um País que atira em quem ensina , Fica dificil dizer Pátria Amada !

sexta-feira

Inconstância !



Roda novamente o chão. Quadriculado, colorido, cimento seco, pedra, caco, vidro, aço, plataforma.
A seta da bússola intuitiva fica meio desconfigurada diante da mutação.
Ela aponta muitas vezes, mais de uma direção.
Aponta mais de um norte, sul extremos, lestes com outros lestes contidos, oestes multiplicados.
É um indicativo dos Universos Paralelos.Universos que ocupam grande parte do espaço, das pessoas.Indescritíveis via mapa.Localizados apenas no surto da inconstância.
A normalidade não permite a fuga do círculo contado, da medida marcada, do número conhecido, da língua padrão.
A inconstância, característica humana, existe em todos, embora muitos se neguem a aceitar a possibilidade de um Universo heterogêneo que consegue ser uniforme mesmo mergulhado na diversidade.
A necessidade de manter a cultura, o molde, o jeito de fazer, impede o reconhecimento daquilo que flutua. O que flutua?
A memória flutua e se perde, as emoções mudam pelo contexto e pessoas.
As reações se transformam diante da regra quebrada, do paradigma rejeitado ou mesmo com um toque leve, modificado.
Nos acostumamos ao chão plano e reclamamos da descida porque escorrega, reclamamos da subida porque cansa. Mas, alguns querem descer pelo medo da altura e da forma mais rápida, como se sentados em escorregador, com direito a almofada anti - impacto. Outros querem a subida gradativa para não cansar e assim relembrarem com orgulho de quando estavam abaixo. Esse relembrar por vezes não é algo motivacional, fica mais como um passado a esquecer ou um modelo a expor para demonstração de supremo talento e ousadia. Será mesmo?
O chão é inconstante e até um sapato prova isso.
Andar de salto pelas calçadas é treinar a inconstância diante da adversidade "terrestre" do piso mal feito, desfeito, gasto.
Andar por entre as pessoas é o exercício da inconstância. Pessoas diferem em tudo e o tudo difere do nada porque somente no nada a verdade flutua.
Mas ... as pessoas se negam a ver aquilo que flutua .
O concreto fica, deixemos então a abstração?
A abstração que nos expõe a refletir, a criar.
Resultado para aqueles que se entregam aos diversos tipos de solos irreais.
Castigo aos costumes daqueles que vivem do limite entre o começo da folha sulfite e o fim da tinta da caneta.
Deixemos a inconstância balançar a alma porque a alma é imaterial, distinta e individual, logo é inconstante. 
Que a inconstância comande a rota , porque seguir adiante é necessário, mas conhecer os lados é bem mais divertido.

quarta-feira

Tempo

Salvador Dali


Planejar o tempo, controlar o tempo, aproveitar o tempo, dividir o tempo, ficar com falta de tempo ou ter tempo de sobra . Tanto faz ! O objeto de ação , ou passividade é o tempo.
E o que é o tempo ?
Intangível, manipulado pelo nome de HORAS .
Controlado pelo tangível relógio: de pulso, parede, digital, analógico e o mais importante, interessante e necessário, porém o menos observado Relógio Biológico.
E o tempo?
O tempo nos leva e traz , organiza, assusta, passa rápido, lento.
O tempo pára sem uma paupável observação e continua na intuição.
O tempo sempre passa ou nos passamos por ele?
Ele existe inatingível, absoluto, em controle das atividades ou as atividades são as tentativas de "preencher" nosso tempo terrestre?
O tempo é preenchido pela necessidade de realização ou a realização é concedida pelo tempo?
Progresso pelo relógio ou loucura pelo controle ?
Há tempo de fazer, mas qual é o relógio já feito que indica o tempo de SER?
Pelo tempo pressionamos ou pressionados somos pelos vagos sonhos de realizar obras ?
As obras acompanham o tempo e permanecem como marco. Relógios esculturais de uma era. As pessoas passam com o tempo e salvo as que executam obras , não enxergam NADA. Apenas passam e não permanecem .
O ritmo do tempo é flexível ?
Acelero com um simples toque de botão, desacelero com o mesmo toque.
Mas o tempo muda mesmo ou nós, ilusoriamente na ânsia de controlar tudo, achamos que o tempo é afetado?
O tempo possui cor ? Qual é a cor do seu tempo?
A minha depende sempre da vibração.
O tempo só reconhece dia e noite?
Meio dia e meia noite?
Nascer do sol ? Pico do sol? Por do sol?
O tempo é quadrado , quatro partes iguais .
4 ciclos num dia , 6 momentos de ciclos , 24 momentos para realizar e para enxergar.
4 ciclos num ano, 4 semanas de 7 ciclos completos .
28 momentos para realizar e para contemplar.
336 supostos ciclos completos, cheios de momentos para sentir .
O tempo é equação.
O tempo é a invenção da natureza, sua exposição, sua fala, seu movimento para que, além de ponteiros e cronômetros exista vibração.
Tempo de escrita , meu tempo de oração ...
Tempo . 
Expressar o tempo no papel, na tela , é possível?
Desenhar o tempo requer audácia , porque na verdade ele não é duro, opaco, tampouco limitado. Ele continua, escorre, dobra, excede qualquer numeração, porque acima de tudo é o tempo não visto que conta .
Manipule seu relógio biológico e não seja apenas manipulado por um relógio de pilha.
Por mais moderno e "padrão" que seja , o tempo é seu e de mais ninguém. 

sábado

Alguém me pediu pra dizer ...



Alguém me pediu pra dizer: Por favor, entenda que não é você nem o outro que faz melhor. É junção que caracteriza Humanidade.

Alguém me pediu pra dizer: reconhecimento vem de dedicação não apenas para si, mas diante do outro, da obra terna e eterna de uma construção infinita: A vida

Alguém me pediu pra dizer: Por favor, entenda que não se compra verdades, o que se paga nesse caso é mentira.

Alguém me pediu pra dizer: Por favor, não troque sentimentos pela neutralidade. Ser neutro é ser inativo e embora exista movimento na pausa, há que se decidir diante das opções. Há que se refletir diante dos acontecimentos e há sim que se posicionar para que haja soluções.

Alguém me pediu pra dizer: Por favor, não há Deus melhor que o outro. Nós somos os Deuses, nós somos os filhos, portanto não tem como um Deus ser mais eficaz que o outro já que em dimensão estamos todos iguais, nivelados ao prumo no chão, na raiz da terra.

Alguém me pediu pra dizer: Por favor, não seja fanático pelo que um Homem diz, nem pelo que a mídia fala, tampouco pelo que lê nos manuais. Seja fiel a sua essência e ela está em ti.

Alguém me pediu pra dizer: Por favor, não vire as costas se subir um degrau, pois deves lembrar sempre que foi o degrau debaixo que te conduziu pra cima, foi a mão do outro que te impulsionou.

Alguém me pediu pra dizer: Por favor, não separe em raças, credo, sexo e cor. Respeite seu próximo, porque só há próximo e só existiu você porque existe e sempre existiu amor.

Alguém me pediu pra dizer: Por favor, entoe uma oração, uma canção, do modo que for, sem regras, padrão, mas faça vibrar em ritmo as coisas boas do coração.

Alguém me pediu pra dizer tanta coisa, mais tanta coisa, que não sei mais como continuar, sei apenas que foi o meu Deus que em respeito ao seu, Desejou falar.



A felicidade é um tecido leve , imaterial !




A felicidade, também chamada de realização não está no modo tangível de viver a vida.Tampouco se dá pelas obras realizadas, roupas estreadas,medalhas ganhadas, viagens ao redor do mundo.

A felicidade é algo imaterial, feita como um tecido sagrado que olhos suaves conseguem identificar. Um tecido tão leve e sagrado, de tamanha raridade e beleza, que vive exposto sobre tudo, absolutamente tudo que nos rodeia.

Com sua tamanha sensibilidade, quando exposto aos olhos cegos da matéria , mãos duras pela severidade, retórica cansada de argumentos fora do contexto, o tecido rasga antes mesmo de ser visto.

São buracos negros que sugam toda e qualquer vitalidade.

Há que se remontar a rede de esperança com agulhas prateadas e com linhas de autenticidade.

Felicidade é sutil e não precisa de conquistas bruscas, na verdade não precisa necessariamente de conquistas para acontecer. Há que se entender que uma conquista só surge quando as ondas desse tecido, internamente já vibraram dentro do Ser.

O pouco que se tem pode ser muito para aquele que entende esse plano como a ponte de passagem, como a chance de melhoria e amplitude.Pode ser muito para o que se enrola sem medo em tamanha imensidão.

O muito pode ser pouco para aquele que não sabe onde está e por que está. Para aquele que foge de flexibilidade e prefere a frieza vertical.

Construir um muro às vezes exige a mesma dedicação que construir um arco de passagem, uma ponte, uma janela. Qualquer espaço de acesso além. No entanto, os muros predominam pela necessidade do “meu” e pela ausência do “nosso”.

Ter patrimônio sustenta essa vida, mas ser escravo do patrimônio faz desabar a alma.

A felicidade acontece na mistura entre alma e invisível, entre de repente e relógio parado.

E diante da imprevisibilidade, somos apenas objeto de ação ou de aceitação. Depende de quem sente e o que deseja sentir , depende de quem age e no que deseja agir.

Felicidade precisa ainda de certa exposição. Sim, expor em sorrisos e porque não em lágrimas as batidas do coração.

Pode- se decidir usar um jeans feito com tecido de felicidade e andar descalça calçando um sapato feito de felicidade.O imaterial cabe em nós na medida certa, concede a vestimenta mais bela que se pode ter, em camadas, das mais variadas cores , 07 cores que podem dizer tudo pra quem enxerga e nada pra quem não percebe.

Tecido trabalhado que gira expandindo energia, tecido que suaviza toda nossa existência.

A alma outonal



As estrelas já diziam na madrugada, pelo brilho,
A terra que o vento levava espalhava a certeza,
A folha seca que caiu da árvore anunciava calmamente a estação dourada,
O dourado do sol exposto agora no dourado das folhas,
O sol que chega ao Zênite para igualar a luz,
De ambos os lados
Culturas e fé.
Os dias e noites se padronizam
O tempo iguala batidas do coração
Num ritmo só ecoa a sinfonia de toda a Criação
A alma que vibra em frequência,
Atinge em cores douradas
O nome de Alma Outonal.

A colheita depois da semente,
O sabor que desce ao chão,
Pela fruta , cada fruto que dentro de sí
Como um embrião, guardou tão bela estação.
Celebramos as cores da colheita!
Expostas dentro da concha,
É  Sabbat Mabon !

Pela tradição e pelo ciclo,
Com os grãos saudamos,
Com as Romãs unificamos
Com as raízes criamos base.
Perséfone pela luz é conduzida,
As Salamandras dançam em fogo,
As Ondinas balançam as águas
Os Silfos rodopiam no ar,
Os Gnomos aparecem ao redor,
Aos olhos que sabem olhar ...
Elementais do leste, do sul, do oeste e do norte
Tomam uma única direção ,
Em tempo e estação,
O caminho aberto  é o do coração.
Estamos no Equinócio então !

Da cultura mais antiga,
Tradicional e distante,
Renascem os parentes ancestrais !
Surge Rá em Ano Novo,
Com seu raio de sol para abençoar...
Sua força para Impulsionar ,
 nossa Alma Outonal.

Dancemos para ampliar, essa bela canção...
A Flauta está a soprar !
Uma voz suave começa a cantar,
Descalças, com os pés sobre o chão
E as mãos para saudar,
Uma guirlanda de frutos ,
Trançada em galhos
Na porta vou colocar !
Com um vestido rodado, de fitas e rendas suaves
Vou me paramentar...
Os olhos pintados,também vou desenhar
Com perfume adocicado vou me perfumar,
E junto a Mãe Natureza
E hora do OUTONO saudar .

sexta-feira

A Pedra Angular




 " Disse Jesus: Mostrai-me a pedra que os construtores rejeitaram. Ela é a pedra angular"

Pela vida, curvas .
Linha reta que continua pelo elo que adapta ao outro.
Desistência de uma rota ou dúvida entre duas.
Acabamento e principalmente base.

Somos opção, às vezes descarte, outrora complemento.
Somos tijolos da edificação mais alta, mais complexa, mais mutante que existe,
Da lama, do barro aos tijolos moldados, dos tijolos então somos plastificados,
Material espelhado depois.Espelho do outro que passa.
Não importa o material desde que haja transparência.
Somos as muralhas se quisermos, mas temos a capacidade de ser ponte, talvez vitrine, exposição, moldura,portal.

Esfarelamos e ficamos com medo da poeira.
Produzimos um entulho de emoções.
Vira então aterro.

Pedras preciosas, esculturas do artesão
Aparas da criação
Projeto do Arquiteto.

Todos somos a pedra angular diante das adversidades.
A pedra angular sustenta e a pedra angular foi rejeitada,
Somos e fomos a toda hora.
O centro da construção mantém o silêncio,
O vazio, o nada ...
Neste nada estamos em tudo, no mesmo alicerce
Curvas ou não.
Lugares definidos ?
Começo de portas ?
Espaço para outros olhares ? Então janelas?
O que nos une não obriga,
Ascende e muda conforme a energia e o desejo do pensar !
Conforme a mão que apenas rascunha, porque finitude acolhe apenas os que nela acreditam.
A impermanência é o permanecer na imortalidade.

segunda-feira

No compasso de um tango, avançamos ...



Quando você se envolve com o projeto o projeto se envolve em você.
Se amplia com a força do compasso binário de um tango.
Você traça metas, arrisca passos mais ousados e segue adiante .
A mão que te leva, te conduz, te seduz e ampara.
Num ataque feroz de idéias, a prática surge em vermelho, decorada com rendas de inspiração.
Você tece no invisível, a simetria, o círculo...
Alonga, contorce, amplia
Você concede a queda ao chão e a ascensão de olhos fechados .
Confiança cega de quem conduz pela emoção e é conduzido pela força ritmada de uma forte melodia.
Um olhar mais aguçado penetra a matéria ilusoriamente definida como intransponível.
Aquece, rejeita, desvenda, descobre, debocha...
Revisto e repaginado o ritmo acata novamente a trajetória
Passos perdidos na sala,
Na rua,
O barulho oco no chão
Nas mãos a mão de quem caminha junto
Visível para uns...
Para outros não.
Avançamos pela esquina literária, técnica, adjetiva e composta
E num ecoar forte, de olhos espantados
Encerramos a Obra em partes
porque a finitude é previsível em obras estreitas
Mas a imortalidade é corda de violão,
Mesmo trocada, orquestra
Demanda em som...
Propaga na esfera, no cubo, mora na abstração.
Meu projeto poema, tango,
Selo com um beijo
A tua e a minha canção .

sábado

Porque é preciso criar o ELO


Ninguém passa pela estrada sem pisar a poeira pisada pelo outro, nem tampouco aprende a caminhar sem a ajuda do outro.
Uma obra tem um autor, um autor precisa de inspiração e a inspiração para acontecer precisa de um estímulo de fora. Estímulo de gente, de paisagem, de estação.
Uma obra feita é admirada a outros olhos levando assim a pincelada final.
Passamos entre elos e agregamos a estes como parte da corrente.
Nossos elos se enlaçam também quando alguém chega de mansinho.
Esses elos formam as correntes que contornam a ábobada . Os elos promovem a integração das ações, o fluxo contínuo de idéias, a trajetória e expansão do pensamento, a preservação da memória. Através dos elos é que conseguimos contar a história, que conseguimos compor a missão.
Um elo é parte, ainda que por desventura solto.
Um elo hora ou outra é posto em outras correntes de modo a engrandecer o fluxo de uma grande obra.
Quando um elo é criado, cria-se nele camadas de confiança, esperança, amizade,amor, criatividade, convívio e fé.
Não é o metal, o material ou o tamanho que define a importância do elo e sim o que é abraçado por ele.
O elo transpassa ainda que torto e perante adversidades tudo que precisa ser acoplado, tudo que precisa ser ampliado, posto em segurança, ou mesmo em atenção.
Criar um elo é padrão diário ainda que passe despercebido.
Elos infinitos, porque nada é finito senão por virtude da fé.
Pelos elos eu sei que tem mais . Mais de mim no outro e mais do outro naquele que passa agora despercebido diante de mim.
Pelos elos que criei, pelos elos que criaram, sei que ainda somos poeira de um espaço de desejo e ação que exercita a força de cada elo em cada amanhecer .
Na corrente pendurada no pescoço tenho a representação mais plena de que nada, absolutamente nada é apagado, apenas transferido...
Como um pingente que decora um elo também permanecemos.
A gente é pingente . A gente também é o elo que balança em pleno globo azulado, não no pescoço, mas dentro do olhar criador que não emana nada que não consiga conceder ligação e continuar a obra.


quarta-feira

Um teto de energia prateada



A vida é jardim. Não tem jeito !É cobertura sobre nós ... Impossível negar .
Temos acima de nós os mais diversos tetos e ao nosso redor os mais variados tipos de flores.Importante é saber "olhar" .
Quando você se ausenta de determinadas missões celestes, elas logo dão um jeitinho de reencontrar um caminho de volta pelo mapa astral.Acham a curva,a constelação e a lua certa para surgir.Eis que você adentra novamente o contexto antes fugitivo.
Embora o contexto venha modificado, ele vem real. Vem como é e talvez deva ser ou vem pra mostrar que existe sim a possibilidade de ser mais.
O jardim e o teto guardam o contexto.
Você passou  "supostamente" por um dia comum, convive com pessoas "supostamente" desconhecidas e segue com estas pessoas a um momento " familiar ". O jardim somos nós, vós, eles, que articulam de maneira silenciosa e mesmo inconsciente uma ruptura do padrão. O reencontro com o algo fugitivo.
O contexto se forma e dá forma. Nós? seguimos ao centro dele com uma idéia e posteriormente, já no recinto, espaço desmistificamos, reorganizamos ,adequamos.
É reprise, o slide de uma foto antiga... talvez.
O semeador volta a arar a terra. Coloca as flores nos espaços destinados de forma que a beleza deixe de ser apenas virtude,adjetivo, promessa.
Os olhos se perdem naquilo já visto, mas repaginado.Audácia, talvez certeza de que nada foi em vão e que o aprendizado segue pelo pólen que corre no ar.
A alma transporta os sonhos ao piso e o passo se dá diante do sol, sob um teto de energia prateada que de forma harmônica vibra e recepciona .
Éramos flor , viramos então uma temporária e ainda assim eterna constelação!

domingo

Falta a Moldura?



Você anda pela rua, se depara com a bela árvore solta.Ao bater os olhos sabe que de certa forma, lhe falta a moldura. Pra guardar, eternizar a imagem, centralizar a forma.
Você organiza seus rabiscos, vê o desenho feito no momento ócio, distorcido, sem nexo talvez, mas ainda assim belo.Enxerga e sabe que ainda lhe falta a moldura.
Pra guardar a inspiração.
Você seleciona suas fotos, reencontra aquela antiga, de uma história engraçada e sabe que a ela falta uma moldura.Pra lembrar da risada, sorriso, gratidão.Decorar até mesmo o vazio da sala.Por que não?
Você lava as frutas da fruteira, seleciona a fruta inteira,organiza em cores, disponibiliza sabores e eis que falta a moldura.Pra expor ao visitante, ao que ali passa, distante procurando o que provar.
Você Acende o incenso, pra purificar o momento, a fumaça sobe, em espiral, linha reta, oração.Lá vem a vontade de novo.Emoldurar o perfume que caracterizou o momento.
Pega na mão da criança, que na brincadeira balança o corpo em diversão.De longe você contempla a troca de realidades e como num passe de mágica quer lhe dar tamanha eternidade. Falta então lhe colocar a moldura de coração.
Você sonha um sonho, tão belo quanto real, transcende a dimensão, parte da terra ao celestial.Acorda no meio da noite, com a imagem capturada.Falta-lhe então uma moldura encantada...
Observa agora o nada e pensa em preenchê-lo, digita a tela em branco, palavras de inspiração.A moldura de vidro já tem, basta colocar emoção.
Percebendo o sol lá fora, levanta pra se arrumar penteia os cabelos longos, os lábios se põe a pintar. Uma cena cotidiana, cheia de empolgação, mas a esta moldura não falta, porque ela é centro, expansão. Não lhe caberia um único foco, tampouco uma única canção.Melhor deixar solta no vento ao gosto da Criação.Melhor deixar os olhos em contornos, as mãos em composição...
A ela, que a moldura seja posta, por outros olhos então !
Que permaneça entre as colunas, entre as flores do portão,entre círculos no chão.
Que sua volta seja luz, cores em integração,
Que seja a permanente arte abstrata, estampada no sorriso enigmático, na capacidade de observação.Flutua, apenas flutua, ficando exposta a um éter composto de inspiração.










sábado

O cubo Universo*




O cubo ao primeiro olhar parece ser um simples objeto, inanimado, incapaz,peso de papel, decoração, pedaço...
O cubo fica ali parado, parado em qualquer lugar,alguns opacos outros coloridos.Uns artesanais, outros modernos.Pesados, leves, ocos ou não.
O cubo de pedra esculpido sem querer pela natureza,o cubo de madeira cortado pela mão do marceneiro, o cubo de acrílico feito pelo designer,cientista,o cubo de plástico feito pela fábrica de brinquedo,o cubo de metal feito pela indústria e para a indústria.
O cubo desenhado no chão como piso de calçada.O cubo desenhado no chão pelo giz da criança quando brinca de amarelinha.Céu e inferno ?
Apesar da intensa presença, cubos e mais cubos, para todos os fins e com as mais simbólicas representações,o cubo mantém a medida.Na entrelinha do corte lateral ela está lá.Não há cubo sem medidas iguais.Há cubo de texturas diferentes, uns mais polidos, outros mais ásperos, mas ainda assim cubos.
Vem o artesão e molda incansavelmente com a lixa o bloco de madeira. Vem um criativo e coloca pequenos cubos em todas as faces do cubo,põe cores e movimento.O cubo desmontável,objeto de racíocínio surge então.Cubo com objetivo, que te deixa horas sentado com desejo de acertar.
Um cubo que atravessa eras e traz implícito o Algoritmo sagrado.Só os movimentos precisos para remontar.
Mito? Talvez.
Matemática? Muita.
O cubo está ali na estante esperando utilidade.
O cubo está alí no chão esperando cor.
O cubo está ali na pedra querendo se tornar escultura.
O cubo guarda também os segredos quando, dentro do guarda-roupa vira porta treco.
Guardião de chaves,saudades e batons .
O cubo e sua dinâmica de ser tudo e nada ao mesmo tempo.
Incrível isso não?
Óbvio que tudo depende de quem vê e sente o Universo: Geométrico ou Ilusão ! 
O cubo em sí, desmontado, gera mais formas e por isso, quem te grarante que a Terra não?Destrinchada, planificada, cortada?
Um Planeta feito de cubos ?
Um cubo Universo? Talvez , Por que não?

Por Elas e pela Obra Celeste , estamos aqui !



Por Vênus, Ceres, Vesta , Isis e Maria seguimos pelo luar
Na corrente das estrelas,
Pelos desenhos compostos mapeamos os caminhos
Impressos na palma das mãos,
Na pupila
Epiderme da alma
Por Vênus conduzimos a Beleza e o Amor
Guardados na concha de madrepérola
Em mãos entrelaçadas no círculo, abraço corrente
Expandimos...
Por Ceres, as mesmas mãos de enlace semeiam a terra
Elevamos aos céus,
Cestos de frutos e flores
Acolhemos ...
Por Vesta acendemos a fogueira,
Em círculo
Purificamos então...
Por Isis, reconstruímos
Com a magia de quem se conecta ao coração
Erguemos o outro
Transcendemos então...
Por Maria, escrevemos a tradição
Protegemos, amparamos
Somos Seres em doação
Mães Universais
Por Elas em nós
É que existe o Luar
Por Elas em Vós,
É que nos aquece o sol.
Por Elas,
Estamos aqui,
Todos os dias
dando continuidade a Obra Celeste!

* Que os dias sejam de Sorrisos encantados e Paz,
sempre e tanto ...
Entre Mulheres, Irmãs e Amigas !
Não apenas em 08 de março *

sexta-feira

É tudo culpa da maçã...



Essa consciência que me tromba toda hora !
A gente sai voando, se prepara para tirar os pés do chão e adivinha?
Lá vem ela...
Sutil, perfeita, imaculada, ousada
Vem a consciência !
Vem com tamanha força que avermelha o éter
Como um fim de tarde de inverno, que avermelha o horizonte.
Você vê a cor e sabe ,
Sente que fará frio
Se expande ainda como o fim de tarde de verão...
Você vê a cor e sabe,
Sente que cada poro irá transpirar diante do clarão
Buscar a sombra em uma árvore é em vão
Lá estava ela no passado,
Tentadora...
Lá estava ela protegida pela serpente
Metáfora do saber, resultado de um pecado? descoberta talvez...
Lá ainda está ela,
No topo.Frente, verso...
Você busca o conselho e ele,
Melhor, ela ...
Cai com força pela gravidade
Vira estudo, resposta?
Talvez...
Ainda assim é metáfora , analogia
Simbolismo e prontidão.
Eis que as asas se guardam
Mas quando prestes a tentar novamente ,
Entra porta adentro, no carrinho, na caixa
E com um dos elementos é escovada , polida
posta em atenção na cesta do centro da mesa.
Adia-se a fantasia.
Hora de acordar,
Tudo culpa da maçã...

Pela educação Holistica ! Pela capacidade de ir além ...



Há pilares na educação do agora...
Não há mais espaços para jarros vazios que apenas esperam um conteúdo pronto.Os jarros de depósito acadêmico estão se quebrando, um a um, até mesmo os mais trabalhados. Temos pilares, pilares dóricos, jônicos, com heras e que sustentam eras.Os mesmos pilares que agora são a base para uma nova planície em educação.Solo fértil a meu ver, porque é arado diretamente com as mãos de artesãos, com as maõs daqueles que não apenas preparam a terra mas que conduzem toda a caminhada dos que gostam de se aventurar com o pé no chão, sem medo de sentir pedras, porque sabem que cada pedra pode virar escultura ou que cada pedra esconde em sí o brilho de um diamante.Nesse caso, não pela riqueza material, mas pelo brilho da alma que se reencontra e que encontra no outro, alento !
Os pilares da educação surgem para nos lembrar que, é preciso renovar.Não somente em recursos de alta tecnologia, mesmo porque a tecnlogia também é nociva se posta a outras funções.O renovar nesse contexto nos diz que não nos basta mais e apenas, citações de autores renomados, tampouco o dominio de linguas exóticas. O renovar pede uma lingua universal e essa não está nas cadeiras acadêmicas...
Estamos na era do APRENDER A APRENDER, APRENDER A CONHECER,APRENDER A SER (A principal lição, penso eu) e APRENDER A VIVER JUNTOS.
Essa nova "tarefa"educacional não é apenas feita para discentes.O foco é ainda mais para os DOCENTES, que precisam antes de mais nada largar o apego exacerbado aos diplomas e métodos prontos de ensino. Quando se lida com seres humanos, uma receita pronta é certeza de erro.Seres Humanos tem raízes, histórias, valores e culturas e estas antes de todo e qualquer manual precisam ser consideradas e respeitadas.
Compreender com outros olhos e escrever com novas mãos.Eis a tarefa dos envolvidos na educação.
Hoje a necessidade tem nos levado a uma nova pauta : a presença da EDUCAÇÃO HOLÍSTICA.
A Educação Holística tem como base um novo modo de relação entre o SER HUMANO e o MUNDO.Trata-se de uma visão revista e ampliada diante do COSMOS e da NATUREZA, da SOCIEDADE, do OUTRO e principalmente de SÍ MESMO. Penso ser a educação que promove o reencontro.
Colocar-se de maneira mais ampla, além de paradigmas pré estabelecidos, além de dogmas implantados e alienantes, massantes.Assumir nova postura diante da Ciência e fazendo com que a Ciência tenha "espírito" e não apenas fórmulas : existe se é provado. Nem tudo que é provado, por exemplo, existe de fato.Há coisas que os olhos não enxergam, mas somos capazes de sentir. Mensuração aqui? Penso não caber.
Resgatar a filosofia, motivar o interesse e admiração pela arte, considerar a sabedoria dos povos não apenas como parte de uma História, mas como parte genética, como herança de alma,de jeito, de modo de andar e até mesmo sorrir.Estabelece-se um novo desafio educacional, uma nova forma de trabalhar e elaborar o conhecimento.Exige-se empenho para transmitir, desejo para realizar e diante disso, cronogramas viram rascunho...
O foco é elaborar e não pegar o pronto.Limitar não existe mais.Mediar, problematizar, refletir existe muito.O raciocínio não exige apenas a lógica, exige a capacidade de ligação, de partir do simples ao complexo em um mesmo assunto.
Dentro desse ângulo holístico e educacional, é preciso saber diferenciar uma ABORDAGEM HOLÍSTICA de uma VISÃO HOLÍSTICA.Fica claro é praxis + ação e não planejamento apenas, conteúdo, curriculo.
Uma abordagem holística envolve o uso da reflexão, a leitura, a vivência corporal e mesmo a meditação, envolve o contato. São essas atividades que vão fornecer então ao SER a capacidade de integrar os HEMISFÉRIOS.Aquele que cria, fantasia, sente intuitivamente com aquele que zela pela lógica.Eis que se abrem os portais de uma integração equilibrada e harmoniosa, que se posta em prática, transforma o passivo em uma ação cheia de agentes construtores.
Viver e aprender apenas por condicionamento não nos cabe mais.Viver condicionado limita a capacidade e necessidade de se explorar as nossas constelações de saberes eternos.
Após uma abordagem holística bem edificada o Ser passa a ter a VISÃO HOLÍSTICA que é aquela que vai conceder a visão de um mundo integrado, sem fragmentos puramente isolados.É nesse momento que começam a surgir os novos sujeitos que sabem que o EU é o NÓS e que o NÓS somos eles...
Eles que já foram e aqueles que estão por surgir .
Ao éter que se expanda o HOLOS, porque holos é a integração. Que o Homem simples torne-se o HOMEM COMPOSTO, o homem capaz de ver a beleza que preside a capacidade HUMANA.

Síndrome de Alice ? Talvez ...



Inabalável a esperança que tomava conta do coração. Era um "mistificar" das idéias em um conjunto único, caleidoscópico, extenso e totalmente emoldurado .Carregava essa obra de arte pendurada na palma das mãos . Hora escudo, Hora objeto de aproximação.
Tudo parecia convergir,continuar, apesar da tentativa talvez frustrada de abandonar a missão pela toca do coelho apressado.
Era uma perseguição de idéias. Não feita por gente, gente de carne e osso.Mas, uma perseguição de idéias que se completavam. A Rainha de Copas aparecia sempre e tanto, enigmática.Acrescentava idéias nas idéias, promovia a charada sutil. A mente que pisava ao quadriculado éter calculava como um filme antigo em slides.
O gato sorridente dizia que a humanidade é louca e que a medida para a perfeição dependia do caminho escolhido, porém em todos eles lá estavam eles, os loucos opostos ao padrão e que, ainda assim fazia tudo ter sentido. Sentido de continuidade e ligação.
A pressa vinha demarcada nos ponteiros, mas ainda assim, havia tempo para um chá de otimismo porque no final, tudo sempre dava certo.
Uma perseguição de pressentimentos, furacão que leva e traz a momentos em que precisamos crescer  e a momentos em que a necessidade é diminuir para então se chegar a um amplo universo.
Era assim que estava sendo o mundo. Para uns , perseguição, para outros poesia e resgate.
Conspirações Universais ? Retornos? Nada ao acaso? Pré-determinação? Síndrome de Alice?
Talvez...
Mas , o que importava mesmo era a certeza de que existir e persistir na fantasia ainda é a missão da alma , que só retorna em tufão quando se desprende da normalidade diante de tantos Umbrais , Portais, Portas, Portões ...