sexta-feira

Proclamando interjeições




"Era dia comum de sol e vento .Vento sem ventania , mas vento de fazer balançar os cabelos pela janela .
Se entusiasmou com a oportunidade de proclamar interjeições novas diante da vida ..."

Sim! Proclamamos interjeições  sempre que um momento novo aparece . Proclamar interjeições é deixar que os sentimentos nos traduzam em plena concordância com o que nos acontece dentro do coração , em estreita ligação com as cores mutantes de nossa alma.
Fez da matéria prima  a mistura mais doce . De 3 aromas e sabores . De 3 cores .
Espalhou nas mãos com extrema delicadeza , como quem tece um telhado de sonhos . Parecia dançar inebriada pela possibilidade de transcender o então tempo parado .
No som suave de notas suspiradas fez da mistura uma doce vestimenta ancestral , daquelas que só se coloca em dias sagrados .
Pegou o laço de fita e amarrou na camiseta cor de rosa , saltitou 3 degraus para baixo e se pôs a caminhar .
As suas interjeições faziam exatamente o papel necessário para aquele dia : a fez dispensar estruturas linguísticas elaboradas . O que se via , era o que se sentia e o que se sentia , era o que ela se permitia sentir...
Para se compreender a extensão dessa capacidade de sentir , é preciso olhar com doces olhos o contexto em que se está.
Nesse dia era apenas o contexto de um dia atípico , de vento, ventania , misturas e enlace de sonhos . Um dia em que se permite ser o que se quer e não o que deveria .

Por Val Amores *

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