Era um silencio de recolhimento e releitura...
releitura de sí mesmo, de gostos, sabores , valores, amores e desamores
Me refazia naquela solidão gostosa de sentir em um dia chuvoso, onde olhava pela janela e via gotas finas de chuva caindo sobre uma poça no telhado vizinho onde pombas se banhavam, para então continuarem mais brancas...
O vento frio soprava no quinto andar e a cortina dançava , fazendo cintilar os fios dourados que tinha e que não precisavam de sol para expor seu brilho .
É...assim são algumas pessoas , se expõem e emanam brilho no seu silencio continuo e por vezes necessário.
Passou-se uma semana assim, entre essa interiorização pessoal e a vontade de explodir em sentimento .
Para uma reconstrução, por vezes se torna necessário uma fuga do real e do que é normal demais , a rotina e seus componenstes pessoais e cegos , onde apenas o óbvio faz parte e guia.
Não, isso não servia mais , para quem enxergava um novo jeito de ser e ver!
Por isso o isolamento, não apenas para atender uma necessidade física , mas espiritual de recompor os pensamentos, sair do planeta terra e chegar ao planeta que é feito de alicerces mais suaves, sem tanta pressão ou cegueira.
É, era mais uma fase de casulo para então se tornar uma nova borboleta , talvez não tão colorida , mas rubra... ser colorida demais também não representa alegria, pode simplesmente representar confusão , desequilibrio ...
A borboleta rubra é mais forte , voa mais longe porque emana energias mais centradas .
Eis que se tornava pouco a pouco entre tropeços e descobertas a borboleta rubra de um jardim raro e inefável!
Obvio que existe a modestia em assumir ainda que trata-se de um pequeno vôo , que existirão muitos casulos e renascimentos , quantos forem necessários a fim de melhoria e evolução.
Quem disse que borboleta tem vida curta?
O corpo da borboleta até pode ter , mas sua alma renasce cada mais completa e plena em luz...
É assim , simplesmente assim que deve se sentir a vida , um eterno , entorno, encontro, circulo, idas e vindas de ausências e presenças , de sorrisos e lágrimas, de palavras e silencio .
Nada disso é ruim, é apenas necessário a todas as pessoas que não se contentam em acordar ao tocar de um despertador, executar uma função mecânica, voltar pra casa e aceitar isso como vida...
Não , isso não é vida é só uma pequena, bem singela parte dela , que te propicia encontrar pessoas , vivenciar momentos ,sentimentos para o retorno a essencia , ao casulo sólido em que só aqueles que atingem o coração conseguem sair e no momento oportuno, porque quando voltam ao cotidiano podem então melhorar cinzenta, transformando-a também em mágica , porque se aquece um sorriso, se refazem palavras , atos ... creio que o retorno vira um novo caminho sem tantos véus , fica tudo mais nítido ...
Diante das palavras que escrevia continuava a ver gotas , gotas finas que deixavam uma névoa úmida no ar , fria , de inverno , mas que na mesma proporção mostrava acolhimento , porque o que se busca em dias assim é calor...
A tecnologia a havia abandonado , sem telefone ou internet restava apenas o bloco de notas para uma escrita que não sei por quais razões , sentia necessidade de sair , de expor e dizer o que se passava no interior da mais recente borboleta do jardim...
releitura de sí mesmo, de gostos, sabores , valores, amores e desamores
Me refazia naquela solidão gostosa de sentir em um dia chuvoso, onde olhava pela janela e via gotas finas de chuva caindo sobre uma poça no telhado vizinho onde pombas se banhavam, para então continuarem mais brancas...
O vento frio soprava no quinto andar e a cortina dançava , fazendo cintilar os fios dourados que tinha e que não precisavam de sol para expor seu brilho .
É...assim são algumas pessoas , se expõem e emanam brilho no seu silencio continuo e por vezes necessário.
Passou-se uma semana assim, entre essa interiorização pessoal e a vontade de explodir em sentimento .
Para uma reconstrução, por vezes se torna necessário uma fuga do real e do que é normal demais , a rotina e seus componenstes pessoais e cegos , onde apenas o óbvio faz parte e guia.
Não, isso não servia mais , para quem enxergava um novo jeito de ser e ver!
Por isso o isolamento, não apenas para atender uma necessidade física , mas espiritual de recompor os pensamentos, sair do planeta terra e chegar ao planeta que é feito de alicerces mais suaves, sem tanta pressão ou cegueira.
É, era mais uma fase de casulo para então se tornar uma nova borboleta , talvez não tão colorida , mas rubra... ser colorida demais também não representa alegria, pode simplesmente representar confusão , desequilibrio ...
A borboleta rubra é mais forte , voa mais longe porque emana energias mais centradas .
Eis que se tornava pouco a pouco entre tropeços e descobertas a borboleta rubra de um jardim raro e inefável!
Obvio que existe a modestia em assumir ainda que trata-se de um pequeno vôo , que existirão muitos casulos e renascimentos , quantos forem necessários a fim de melhoria e evolução.
Quem disse que borboleta tem vida curta?
O corpo da borboleta até pode ter , mas sua alma renasce cada mais completa e plena em luz...
É assim , simplesmente assim que deve se sentir a vida , um eterno , entorno, encontro, circulo, idas e vindas de ausências e presenças , de sorrisos e lágrimas, de palavras e silencio .
Nada disso é ruim, é apenas necessário a todas as pessoas que não se contentam em acordar ao tocar de um despertador, executar uma função mecânica, voltar pra casa e aceitar isso como vida...
Não , isso não é vida é só uma pequena, bem singela parte dela , que te propicia encontrar pessoas , vivenciar momentos ,sentimentos para o retorno a essencia , ao casulo sólido em que só aqueles que atingem o coração conseguem sair e no momento oportuno, porque quando voltam ao cotidiano podem então melhorar cinzenta, transformando-a também em mágica , porque se aquece um sorriso, se refazem palavras , atos ... creio que o retorno vira um novo caminho sem tantos véus , fica tudo mais nítido ...
Diante das palavras que escrevia continuava a ver gotas , gotas finas que deixavam uma névoa úmida no ar , fria , de inverno , mas que na mesma proporção mostrava acolhimento , porque o que se busca em dias assim é calor...
A tecnologia a havia abandonado , sem telefone ou internet restava apenas o bloco de notas para uma escrita que não sei por quais razões , sentia necessidade de sair , de expor e dizer o que se passava no interior da mais recente borboleta do jardim...
Não sei porque a escolha da cor rubra, acho que porque demonstra energia , força , feminilidade e sangue !
É , sangue , porque sangue é aquilo que representa vida , movimenta nosso físico interno .Ciclos , fases , era mais um momento desses de confusão , mas de uma adorável confusão onde se chora vendo filme de amor e se alegra comendo chocolate .
A divinação é feita de momentos assim , que mesmo parecendo comuns e tolos representam carinho , amor, sentimento, representam algo maior , porque vem de dentro, representam o que cada um é, longe de influencias , distante de um mundo que engana , porque monta cenários e cada um ve nos cenários a peça teatral que assim deseja.
Era certo que o desejo era maior , mas também era velado , justamente para que não fosse atingido pelos olhos da curiosidade vulgar e sem objetivo.
Sentiu mais frio e correu ao acolhimento de um casaco branco, simples , mas que aos poucos impedia os arrepios da pele e o levantar da leve penugem no braço...
Até mesmo comparou o casaco com um esconder das asas que desejavam sair antes da hora , mas se saissem corriam o risco de não aguentar o peso de uma simples gotícula de água , porque para uma borboleta , uma gota de água é uma tempestade de época , é um derrubar de sonhos...
Se encantou com a cena do filme , que mostrava dois amantes , não amantes de traição , mas amantes de amor, porque há diferenças , era uma cena de beijos , e carícias , com uma velha musica , tradicional aos seus bailes de adolescencia quando ela também descobriu o que era gostar de alguém...
Entre beijos e aviões , que passavam na televisão , continuava freneticamente sua escrita para tentar expor tudo o que tinha dentro de sí e que sentia que podia auxiliar futuramente alguém que entrasse em um mesmo processo de casulo .Não como um livro de auto-ajuda , porque via os mesmos apenas como um hot dog vendido em qualquer barraca de esquina , sopas instantâneas , onde não se sente o gosto de cortar , a textura , não se sente, apenas vem pronto e não tem gosto .Nada que vem pronto tem gosto, é apenas a receita de alguém que não serve para outro alguém .Cada um tem sua essência e deve descobri-la .
O escrito que estava fazendo era justamente o de tentar contar um pouco o que é essência . A definição do dicionário não servia , porque mecaniza, esfria algo interno , talvez nem mesmo ela conseguisse definir o que é essência , cada um tem a sua , cada um define da forma que sente ou simplesmente não define , guarda e vivencia , como um silêncio sagrado que só quem olha nos olhos consegue entender ...
Da janela ela via o morro , alias eram muitos morros circundantes a caixas de concreto coloridas que guardavam diversos tipos de essência ,umas mais expostas outras nem sempre descobertas ,porque não dizer outras em estado nulo pela ignorância , pela negação ...
Um dos morros era colorido de casas e ela imaginava que nessas casas outras borboletas se escondiam , umas porque gostavam de se esconder, outras porque tinham medo e outras simplesmente porque nem sabiam que tinham asas ...
É , sangue , porque sangue é aquilo que representa vida , movimenta nosso físico interno .Ciclos , fases , era mais um momento desses de confusão , mas de uma adorável confusão onde se chora vendo filme de amor e se alegra comendo chocolate .
A divinação é feita de momentos assim , que mesmo parecendo comuns e tolos representam carinho , amor, sentimento, representam algo maior , porque vem de dentro, representam o que cada um é, longe de influencias , distante de um mundo que engana , porque monta cenários e cada um ve nos cenários a peça teatral que assim deseja.
Era certo que o desejo era maior , mas também era velado , justamente para que não fosse atingido pelos olhos da curiosidade vulgar e sem objetivo.
Sentiu mais frio e correu ao acolhimento de um casaco branco, simples , mas que aos poucos impedia os arrepios da pele e o levantar da leve penugem no braço...
Até mesmo comparou o casaco com um esconder das asas que desejavam sair antes da hora , mas se saissem corriam o risco de não aguentar o peso de uma simples gotícula de água , porque para uma borboleta , uma gota de água é uma tempestade de época , é um derrubar de sonhos...
Se encantou com a cena do filme , que mostrava dois amantes , não amantes de traição , mas amantes de amor, porque há diferenças , era uma cena de beijos , e carícias , com uma velha musica , tradicional aos seus bailes de adolescencia quando ela também descobriu o que era gostar de alguém...
Entre beijos e aviões , que passavam na televisão , continuava freneticamente sua escrita para tentar expor tudo o que tinha dentro de sí e que sentia que podia auxiliar futuramente alguém que entrasse em um mesmo processo de casulo .Não como um livro de auto-ajuda , porque via os mesmos apenas como um hot dog vendido em qualquer barraca de esquina , sopas instantâneas , onde não se sente o gosto de cortar , a textura , não se sente, apenas vem pronto e não tem gosto .Nada que vem pronto tem gosto, é apenas a receita de alguém que não serve para outro alguém .Cada um tem sua essência e deve descobri-la .
O escrito que estava fazendo era justamente o de tentar contar um pouco o que é essência . A definição do dicionário não servia , porque mecaniza, esfria algo interno , talvez nem mesmo ela conseguisse definir o que é essência , cada um tem a sua , cada um define da forma que sente ou simplesmente não define , guarda e vivencia , como um silêncio sagrado que só quem olha nos olhos consegue entender ...
Da janela ela via o morro , alias eram muitos morros circundantes a caixas de concreto coloridas que guardavam diversos tipos de essência ,umas mais expostas outras nem sempre descobertas ,porque não dizer outras em estado nulo pela ignorância , pela negação ...
Um dos morros era colorido de casas e ela imaginava que nessas casas outras borboletas se escondiam , umas porque gostavam de se esconder, outras porque tinham medo e outras simplesmente porque nem sabiam que tinham asas ...
Outras nunca conseguiram deixar o casulo e apodreceram com o mesmo, secaram, porque deixaram os ditames alheios conduzir os ciclos, deixaram a natureza artificial dominar ...
Ela com certeza também não sentia vontade de sair do seu casulo, mas naquele dia ...
Mas mesmo em sua caixa , ela sentia o Universo que a cercava com olhos atentos e com coração acelarado de euforia por fazer parte dele e ser ele , já que tinha no mesmo importante função , muito além de visitar flores , mas a função de representar que liberdade só vem junto com reencontro , com isolamento , com reflexão sobre tudo e todos .
Sentia-se como a representação da liberdade , mas também sentia-se inadaptável aos que não contemplam nada , a um mundo fútil.Mesmo assim sentia-se espetacular, lisongeada por fazer parte de uma centelha divina de mudança , mudança essa que ela conseguiu , mesmo de forma mínima , porque deu um primeiro passo , mesmo se espetando em espinhos de muitas flores , rasgando diversas asas , ela estava lá, recolhida e pronta para ruborizar as planicies , sombrear de forma avermelhada os caminhos que passava , sua asa era o caleidoscópio , com a luz do sol ela simplesmente emanava seu rubor de vida , como a cortina que filtra , como o espelho que reflete e o sino dos ventos que areja.
Ainda sentia a necessidade tecnológica , mas não como vicio doentio e sim porque ela se assemelhava a uma ponte com outras borboletas distantes , que gostavam das histórias dela .
Era saudade de ampliar o jardim , mas que logo seria sanada , um simples bater de asas causa um tufão , e com certeza assim que a rede de borboletas voltasse a se ligar o tufão seria mais renovador, pois traria palavras novas , redescobertas e estas seriam compartilhadas , o que de fato é função das almas borboletas , sejam rubras , azuis , amarelas ...
Cada um sente a sua cor diante do que sente em seu coração !
((29 DE MAIO 2009 - Valéria))
Entre os dias que se seguiam, nada mais percebia a não ser o algo mais que tinha dentro de si .
Mas era algo tão algo, ou algo tão singelo , que nada transparecia . Ficava um vazio no ar , mas um vazio nostálgico e doce , de quem sente que há mais partes nos pedaços do que meros pedaços sem partes ...
Um silêncio perseguia seus dias e ela pensava se anteriormente excesso de ruído é que a conduzia para ledos enganos .
Silencio era sua música e sua música pra ela , tinha a melodia doce , como se aquela voz sagrada falasse a toda hora. Na verdade não havia silencio , havia mensagens , sim ! mensagens do que precisava ser mudado , do que se era ou deveria ser.
Os caminhos se abrem nesse silencio fecundo . Fecundo porque faz brotar um novo jeito de ser , mas também tem o lado obscuro , ou seja , quase ninguém entendia esse silencio .
Era classificado de medo , angustia , depressão e até de síndrome. Mas , ela sabia que era apenas um retiro celestial , o silencio que a alma precisa para se renovar. Não sofria , embora transparecesse uma saudade indefinida de algo ainda não alcançado . Cada minutinho era especial porque fazia produzir em seu ser uma nova idéia e os pensamentos bons são palavras de Deus , Criador , Universo;
Gostava de soltar as palavras num papel comum e as ordenava com rima . Tinha que ser celestial , encanto e sorriso pra dar tom , não gostava de palavras sem essência , eram apenas palavras . As palavras tem mesmo que expressar a alma , se não se perdem no tempo e ficam como simples impressões de um tempo vazio.
Escreveu sobre meliáceas porque gostou do nome visto ao dicionário, mas sentiu que esse nome era forte , que trazia significação de algo pleno em energia e descobriu que sim, que as meliáceas são altas , fortes, verdes , produtoras de madeira valiosa . Viu, não errou ! Ela sentia quando algo era sagrado, era como um sensor , imperava a lembrança do que se era de fato , um ser de luz , com sabedoria imensa para mudar e fazer milagres na vida .
Enquanto pensava no resultado de sua produção sobre as meliáceas , esperava ansiosa o próximo vôo , daqueles que a fizessem colorir as asas ...
Mas um voo rumo a uma paixonite aguda e de verdade , com direito a luz de velas e pétalas de rosa, sem muito discurso e elogios , mas pleno em ações . Sem distancias , mas pleno em proximidade , sem cobranças , mas pleno em compreensao de que tudo e todos temos tempo e medida para voar de vez ou voltar ao casulo . Alias , a vida é assim , entre casulos e vôos , é nesse movimento que dançamos a valsa da eternidade .
Felizes os corações que acreditam nessa verdade.
Felizes os corações que saúdam essa possibilidade de vida .
Felizes os que não gostam apenas de colecionar as borboletas , mas que aceitam voar nas asas delas , com elas .
Percebeu ainda nessas exclamações que não vivia de rotina e planejamento ,vivia sim de fases e sonhos , vivia do que sentia e não do que a mandavam sentir . Talvez fosse a não aceitação de uma vida puramente mecânica , escassa em sentimentos reais . Só há sentimentos de posse .
Ela não se incomodava por viver de seus sonhos, se incomodava de ter que deixa-los de lado pelo sonho da maioria . Eis que os jardins não exalam tantas borboletas , todas vão no mesmo sonho. Há o medo da diversidade do ousar fora do padrão . Talvez fosse tola em achar que o sentia e pensava valia de fato, talvez fosse , sem prepotência , o exemplo do que de fato se deve ser : Menos humano no quesito humano material e mais celestial no quesito humano por tempo limitado Irônico até pensar que estamos na promoção > Humanos por tempo limitado .
Voltaremos então a matéria prima primordial . Não seremos apenas a matéria pronta e acabada . Somos inacabados , é fato . Ainda bem , vai que nada mais poderíamos ser além do que somos . Seria triste demais isso.
Ela preferia ser assim mesmo intensa , estranha mutação ...
Ela com certeza também não sentia vontade de sair do seu casulo, mas naquele dia ...
Mas mesmo em sua caixa , ela sentia o Universo que a cercava com olhos atentos e com coração acelarado de euforia por fazer parte dele e ser ele , já que tinha no mesmo importante função , muito além de visitar flores , mas a função de representar que liberdade só vem junto com reencontro , com isolamento , com reflexão sobre tudo e todos .
Sentia-se como a representação da liberdade , mas também sentia-se inadaptável aos que não contemplam nada , a um mundo fútil.Mesmo assim sentia-se espetacular, lisongeada por fazer parte de uma centelha divina de mudança , mudança essa que ela conseguiu , mesmo de forma mínima , porque deu um primeiro passo , mesmo se espetando em espinhos de muitas flores , rasgando diversas asas , ela estava lá, recolhida e pronta para ruborizar as planicies , sombrear de forma avermelhada os caminhos que passava , sua asa era o caleidoscópio , com a luz do sol ela simplesmente emanava seu rubor de vida , como a cortina que filtra , como o espelho que reflete e o sino dos ventos que areja.
Ainda sentia a necessidade tecnológica , mas não como vicio doentio e sim porque ela se assemelhava a uma ponte com outras borboletas distantes , que gostavam das histórias dela .
Era saudade de ampliar o jardim , mas que logo seria sanada , um simples bater de asas causa um tufão , e com certeza assim que a rede de borboletas voltasse a se ligar o tufão seria mais renovador, pois traria palavras novas , redescobertas e estas seriam compartilhadas , o que de fato é função das almas borboletas , sejam rubras , azuis , amarelas ...
Cada um sente a sua cor diante do que sente em seu coração !
((29 DE MAIO 2009 - Valéria))
Entre os dias que se seguiam, nada mais percebia a não ser o algo mais que tinha dentro de si .
Mas era algo tão algo, ou algo tão singelo , que nada transparecia . Ficava um vazio no ar , mas um vazio nostálgico e doce , de quem sente que há mais partes nos pedaços do que meros pedaços sem partes ...
Um silêncio perseguia seus dias e ela pensava se anteriormente excesso de ruído é que a conduzia para ledos enganos .
Silencio era sua música e sua música pra ela , tinha a melodia doce , como se aquela voz sagrada falasse a toda hora. Na verdade não havia silencio , havia mensagens , sim ! mensagens do que precisava ser mudado , do que se era ou deveria ser.
Os caminhos se abrem nesse silencio fecundo . Fecundo porque faz brotar um novo jeito de ser , mas também tem o lado obscuro , ou seja , quase ninguém entendia esse silencio .
Era classificado de medo , angustia , depressão e até de síndrome. Mas , ela sabia que era apenas um retiro celestial , o silencio que a alma precisa para se renovar. Não sofria , embora transparecesse uma saudade indefinida de algo ainda não alcançado . Cada minutinho era especial porque fazia produzir em seu ser uma nova idéia e os pensamentos bons são palavras de Deus , Criador , Universo;
Gostava de soltar as palavras num papel comum e as ordenava com rima . Tinha que ser celestial , encanto e sorriso pra dar tom , não gostava de palavras sem essência , eram apenas palavras . As palavras tem mesmo que expressar a alma , se não se perdem no tempo e ficam como simples impressões de um tempo vazio.
Escreveu sobre meliáceas porque gostou do nome visto ao dicionário, mas sentiu que esse nome era forte , que trazia significação de algo pleno em energia e descobriu que sim, que as meliáceas são altas , fortes, verdes , produtoras de madeira valiosa . Viu, não errou ! Ela sentia quando algo era sagrado, era como um sensor , imperava a lembrança do que se era de fato , um ser de luz , com sabedoria imensa para mudar e fazer milagres na vida .
Enquanto pensava no resultado de sua produção sobre as meliáceas , esperava ansiosa o próximo vôo , daqueles que a fizessem colorir as asas ...
Mas um voo rumo a uma paixonite aguda e de verdade , com direito a luz de velas e pétalas de rosa, sem muito discurso e elogios , mas pleno em ações . Sem distancias , mas pleno em proximidade , sem cobranças , mas pleno em compreensao de que tudo e todos temos tempo e medida para voar de vez ou voltar ao casulo . Alias , a vida é assim , entre casulos e vôos , é nesse movimento que dançamos a valsa da eternidade .
Felizes os corações que acreditam nessa verdade.
Felizes os corações que saúdam essa possibilidade de vida .
Felizes os que não gostam apenas de colecionar as borboletas , mas que aceitam voar nas asas delas , com elas .
Percebeu ainda nessas exclamações que não vivia de rotina e planejamento ,vivia sim de fases e sonhos , vivia do que sentia e não do que a mandavam sentir . Talvez fosse a não aceitação de uma vida puramente mecânica , escassa em sentimentos reais . Só há sentimentos de posse .
Ela não se incomodava por viver de seus sonhos, se incomodava de ter que deixa-los de lado pelo sonho da maioria . Eis que os jardins não exalam tantas borboletas , todas vão no mesmo sonho. Há o medo da diversidade do ousar fora do padrão . Talvez fosse tola em achar que o sentia e pensava valia de fato, talvez fosse , sem prepotência , o exemplo do que de fato se deve ser : Menos humano no quesito humano material e mais celestial no quesito humano por tempo limitado Irônico até pensar que estamos na promoção > Humanos por tempo limitado .
Voltaremos então a matéria prima primordial . Não seremos apenas a matéria pronta e acabada . Somos inacabados , é fato . Ainda bem , vai que nada mais poderíamos ser além do que somos . Seria triste demais isso.
Ela preferia ser assim mesmo intensa , estranha mutação ...
*Por Valéria Amores
-Respeitem os direitos autorais - os textos são registrados -
**A Borboleta Rosa Rubra está virando um livro , vento a vento, tempo a tempo, pensamento a pensamento .
Continua ...
sempre e tanto .
Em breve , a história se amplia !
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