Era primavera , e ela estava pronta para tentar de novo .Dessa vez mais centrada, menos arisca , e porque não dizer, mais ousada .Ousada não no sentido vulgar que a palavra parece emanar , mas ousada no aspecto de entregar-se à sentimentos reais , sem medo de manifestar as ações vindas do coração. Deixaria por esta vez, a alma se embriagar de encanto.
Poderia até não ser a suprema inquietude final . O famoso primeiro e último ato da cena , daquelas que ficam para sempre impregnadas nos poros, mas ainda assim era a tentativa mais abrangente , movimentada e rítmica que ela vivenciava.
Era a coloração de uma tela em branco, há tempos emoldurada . Coloração essa feita pelas mãos que teciam colchas de retalhos .Cada retalho um sonho .Cada sonho feito de textura diferente , em cores harmônicas, plenas de aromas inspirados numa canção.
Não era também a personalidade planejada e era justamente isso , essa transmutação de padrão que fazia tudo ser tão cheio de vida e de querer.
Vivenciava então ...
Encarava frente a frente o vento que soprava e se deixava levar num redemoinho de doces emoções.Talvez fosse controlar o coelho apressado do tempo ...
Parecia que em sua doce meninice , já tinha saboreado poções de crescimento e encolhimento para encaixar-se nas mais plenas situações .
Tomou o lápis na mão e desvendou as charadas do caminho , registrou o gosto dessa aventura dimensional de forma exótica e codificada , que só olhos de luz poderiam traduzir:
"Maçã do amor confeitada"
Eis a palavra que transportava a cena e permitia acesso.
Era a 1ª imagem que sua memória lhe mostrou como indicativo de que a vida não é sempre a mesma , do mesmo modo , com os mesmos seres .
Não poderia saber disso sem provar os pedaços de momento oferecidos então, pela aparente, apenas aparente , rotina simples dos dias carregada de intensidade doce e velada .
Por Val Amores ~*
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