sábado

Tinha cheiro de canela ...




 
Uma tarde qualquer, de um dia qualquer , mas entre pessoas especiais .
O cheiro de canela ultrapassava o corredor  curto.
Despertava as sensações olfativas mais inusitadas e fazia a memória estremecer .
Estremecer de saudade e estremecer pela vontade da degustação.
A tarde passava embalada pelo som da torcida e a torcida distante para ela nem existia .
Preferia ficar ali, entre a tela que era seu universo de quebra espacial .
Era cada vez mais a afirmação de que cada um , ainda que no mesmo universo, tem o seu .
Uns que se enrolam com a bola , outros que ficam com suas histórias .
Era um típico sábado atípico de ser. Atípico porque tinha o cheiro de canela !
A cada ventar o cheiro vinha , forte e suave na mesma energia,
Se prendia nos cabelos vermelhos, na pele e de alguma forma já parecia até refletir no copo de água .
Ela lembrou das viagens em prol das especiarias , da cultura que faz da canela , o elemento de ousadia  e por que não dizer filosofia ?
Misturada ao óleo de amêndoa  e espalhada na pele ,vira elemento sedutor .Propício então, neste suposto dia de amor.
No doce, vira o toque final, a parte que chama , que aquece .
O gostinho que fica na ponta da língua , no canto da boca .
Canela carrega consigo ainda, o estigma da inspiração .Há quem diga que canela perto de onde se escreve ajuda a transcender , a soltar a alma , elevar idéias e recolhê-las em palavras .
Era a canela que a envolvia e a fazia insistir em tentar, daquele momento uma nova história tirar.
Já sentiu a canela na palma das mãos?
Não suja , mas deixa a marca invísível que atrai ou repele os padrões mais formatados.
Canela é sinal de tradição. Lembra o doce da avó, lembra uma festa da estação.
Canela é desejo oriental , mas especialmente naquele momento , fazia parte apenas de um delicioso creme de banana preparado por sua mãe , que teve que cutucá-la três vezes para dizer que estava pronto.
Ela ficou em transe , entre as idéias e o cheiro motivador ... 
Parecia abelha , cheirando flor !

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