sexta-feira

Hoje eu to apocalipse , apocaliptica ...



O desafio para mim é mansidão .
Tento e recorro a plataforma suave , mas tem dias em que a beira do vulcão e o olho do furacão impera .
Pego a sandália baixa e a roupa leve , mas o olhar aguçado com sua retina acobreada, foca o babado preto do vestido exposto e a mente pede a flutuação que só o salto alto pode conceder aos que ainda tem a terra como base. Íngreme e que tenta manter retidão.
Resolvi trocar a santidade de alguns dias pelas "diabez de um cotidiano mais denso.
Diabez saudável porque embeleza e combina cores.
Deslocando meu invólucro de alma , me pus a envolvê-lo em um tecido cintilante e leve .
Um tecido que mais parecia papel de bombom ,bombom que adoça mas pode guardar a cereja ou o licor e até mesmo a pimenta !
Depende sempre do paladar .
Os pés , se acolheram perfeitamente aos sapatos que concedem céu .
Um céu infernal, porque provoca pelo barulho quando bate no chão e pela forma que delineia a base da coluna de sustentação.
Não era céu que em mim estava, mas era uma fogueira serena e santa.
A chama angelical de uma vela em luz  .
Toda vela concede luz, não importa a cor .
Há luz e isso é fato abstrato diante do padrão de cera branca e paz branca.
Eu gosto de paz vermelha, violeta e lilás .
Paz que brilha independente da cor e do altar .
Gosto de paz , ainda que pareça tumulto e furacão.
Ou mesmo que pareça lava de vulcão .
Nessa fogueira antiga da inquisição , corações foram queimados e batem hoje , mais sonoros e adocicados de saber.
Era dia de desfazer as nuvens e criar um céu , chão avermelhado .
Um apocalipse !
Desconstrução e construção de novo paraíso , em mim e naquele que talvez em mim pensasse.
Paraíso reside em nós e quase sempre escondido pelo tabú de céu azul e anjo dourado.
Neste dia não cabia azul em mim, na minha sagrada inscrição .
Eu era apocalipse , apocalíptica !

Um comentário:

Expus meu devaneio , exponha o que achou ? Um beijo na alma *