segunda-feira

Olhai os Lírios da calçada mesmo ...



Exposto num balde, na floreira, no vaso da externa prateleira fica o lírio rosa a dizer em silêncio: Que sejamos agentes de constante beleza.
Todos os dias a mão substitui um lírio e este imperceptivelmente continua, apesar de diferente, a demonstrar a igualdade de cada Ser que ali passa. Para o lírio tanto faz se passa a pé ou de carro, se é passaro voando ou abelha zunindo. Todos em absoluto são iguais e todos estão expostos à beleza.
O que muda é quem a enxerga e entende que beleza não é a escultura moldada de um corpo, nem o rosto mais maquiado, tampouco o braço mais "sarado".Beleza também não tem nada a ver com a roupa que vestes ou com o sapato que calça.
Beleza é virtude que vem impregnada na alma, na retina, produzida na célula que a cada momento se renova.
Beleza é uma condição de permanecer suave no tempo e compreender que o que acontece neste tempo, ainda que seja "supostamente" feio, tem um motivo. Um acontecimento te faz mudar, te acrescenta ou te faz deixar. Tanto faz. Essa dualidade é beleza, porque quando alguma opção é feita outras coisas estranhamente sinérgicas começam a acontecer dentro de nós e a interferir fora de nós . Somos cristais em dia de sol .Refletimos cores e raios de luz. Um raio consegue atingir os mais escondidos espaços e na amplitude a luz chega a cegar. A beleza está ai nesse constante ato de emanar.
Beleza é alquimia interna. Você pega tudo que há de bom com mais um pouco de melhor e pitadas de erro e mexe no turbilhão de pensamentos , bombeia pelo coração e pronto : temos uma ação capaz de desenvolver mais agentes de paz.
Os lírios são assim, embora ali, no balde pareçam estáticos, esperam na verdade um olhar de contemplação e doçura. Todos os dias há lírios pelas calçadas dizendo em silêncio "preserve a beleza e a ternura".Mesmo que existam nuances e cores diferentes,o lírio sagrado pela beleza é o mesmo que te sorri aberto.
Pela calçada há lírios no balde que fazem essa magia de sentir beleza acontecer e nos campos há lírios para os que sabem entre eles correr.
Lhe disseram um dia : Olhai os lírios do campo (para ver beleza) e você usou a desculpa de morar em um centro urbano!
Então lhe digo neste momento: Olhai os lírios da calçada mesmo ( agora não podes mais fugir...)

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