sábado

Essa moça e a declaração dos tempos idos e vindos


Percebi como ponteiro do relógio girou rápido !
Aos 15 anos quis a valsa eternizada, o sapato rosa . Aos 21 a profissão formada e ao acordar aos 25 tomou conta a expressão desesperada de que era hora de sair pra trabalhar .Com os 30 veio a mulher de pasta na mão com pensamento em ação e a criatividade exposta num éter de composições abstratas, tingidas de púrpura e sustentadas por duas colunas , neste caso, pratas de um bordado scarpin.
Um terno alinhado contornando a cintura, a maquiagem contida para encarar um dia todo de desventuras e aventuras em série. Reuniões, debates, propostas, opções, digitações, emails a mil , toques de ramal, celular e mensagens instantâneas.
O tempo ido formou essa moça que declara agora vitórias , derrotas e descobertas.
Essa moça que hoje passa com olhos de entendimento porque ganha mais um degrau aos 30 já pisados.Sim, cada idade um degrau , como não? 31 anos de movimento no universo.
Usa a assinatura que dá a responsabilidade mas que reflete traços de um desenho infantil ou um coração feito na mais tenra mocidade.
O tempo ido que levou consigo amigos e o tempo vindo que acrescentou qualidade.
Experiências que formaram a moça que se nega a perder sonhos, mas que atenta em manter os pés no chão se preciso for para defender sua torre construção, seu castelo que mesmo feito com algumas doses de ilusão jamais irá desmoronar.
Entre tijolos o elo que mantém é o amor .Amor que aprendeu a sentir independente de estar do lado. Amor é transcendental e não necessita de elementos tangíveis. Se engrandece com a presença , mas cresce com a sabedoria de se manter vivo apesar da paisagem .
A esta moça não importa a idade , mas o que a idade tem concedido : Plenitude em fazer, abertura a ousadia de criar e sossego para a alma que entre tantas aventuras acabou de encontrar o refúgio .
Esse refúgio fica entre as estrelas , decorado com anjos dourados que mantém pelas asas a linha que só tece sorrisos e é diante desta descoberta sobre a infinitude que temos num plano universal que essa moça celebra .Celebra porque o que perde tempo em reclamar já deixou de viver faz tempo, independente da idade.O relógio dessa moça quebrou porque não se deve contar o tempo e sim viver a tempo .
Viver a tempo é gargalhar alto e sem medo de censura , é pintar um rosto engraçado só porque deu vontade de brincar diante do espelho. É abraçar apertado o amigo e encher de beijo cada rosto encontrado.É ainda fazer careta do carro, dançar no teto ou na sala sem pensar nos olhares do vizinho. Viver a tempo pede estrela na areia da praia e palavras de atitude que enfrentam palavras de controle insano. Viver a tempo é não apenas soprar a velinha porque é tradição.Viver a tempo é acender velas aromatizadas que boiam na água num momento emoção.É chorar sem receio e ficar em prantos para desabafar , é cantar alto a música brega e tirar um desconhecido pra dançar. É dar bom dia ao estranho que insiste em te ignorar .
Viver a tempo é ler tudo que pega , romance, ficção, poema e dali um conceito bonito formar . É alongar o corpo em direção ao sol e da mesma forma , diante da lua se emocionar.
Tanto faz a idade, o padrão , a postura .O que vale mesmo é crescer dentro de intensas loucuras para então poder discernir o que vale a pena ou não. Mas para essa moça tudo vale a pena. Disse o poeta que isso vale quando a alma não é pequena !
Claro, que essa moça acha difícil conviver às vezes, porque tem uma alma que se nega a ser estreita.Almas para essa moça foram feitas pra desvendar magias!
Viver é coisa de alma agitada que se embala no ritmo e voa no vento da eterna aventura que é crescer , viver é coisa de quem se permite e permite ao outro aproximação.
Os tempos idos e vindos são os capítulos , mas esta moça é que escreveu toda a história e ainda pensa em colocar gravuras !

Um comentário:

  1. Olá,

    Parabéns! Que a luz de dentro brilhe e se expanda ainda mais, contagiando muitas e muitas outras vidas.

    Paz!
    Peregrino da Luz.

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