segunda-feira
No compasso de um tango, avançamos ...
Quando você se envolve com o projeto o projeto se envolve em você.
Se amplia com a força do compasso binário de um tango.
Você traça metas, arrisca passos mais ousados e segue adiante .
A mão que te leva, te conduz, te seduz e ampara.
Num ataque feroz de idéias, a prática surge em vermelho, decorada com rendas de inspiração.
Você tece no invisível, a simetria, o círculo...
Alonga, contorce, amplia
Você concede a queda ao chão e a ascensão de olhos fechados .
Confiança cega de quem conduz pela emoção e é conduzido pela força ritmada de uma forte melodia.
Um olhar mais aguçado penetra a matéria ilusoriamente definida como intransponível.
Aquece, rejeita, desvenda, descobre, debocha...
Revisto e repaginado o ritmo acata novamente a trajetória
Passos perdidos na sala,
Na rua,
O barulho oco no chão
Nas mãos a mão de quem caminha junto
Visível para uns...
Para outros não.
Avançamos pela esquina literária, técnica, adjetiva e composta
E num ecoar forte, de olhos espantados
Encerramos a Obra em partes
porque a finitude é previsível em obras estreitas
Mas a imortalidade é corda de violão,
Mesmo trocada, orquestra
Demanda em som...
Propaga na esfera, no cubo, mora na abstração.
Meu projeto poema, tango,
Selo com um beijo
A tua e a minha canção .
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