Roda novamente o chão. Quadriculado, colorido, cimento seco, pedra, caco, vidro, aço, plataforma.
A seta da bússola intuitiva fica meio desconfigurada diante da mutação.
Ela aponta muitas vezes, mais de uma direção.
Aponta mais de um norte, sul extremos, lestes com outros lestes contidos, oestes multiplicados.
É um indicativo dos Universos Paralelos.Universos que ocupam grande parte do espaço, das pessoas.Indescritíveis via mapa.Localizados apenas no surto da inconstância.
A normalidade não permite a fuga do círculo contado, da medida marcada, do número conhecido, da língua padrão.
A inconstância, característica humana, existe em todos, embora muitos se neguem a aceitar a possibilidade de um Universo heterogêneo que consegue ser uniforme mesmo mergulhado na diversidade.
A necessidade de manter a cultura, o molde, o jeito de fazer, impede o reconhecimento daquilo que flutua. O que flutua?
A memória flutua e se perde, as emoções mudam pelo contexto e pessoas.
As reações se transformam diante da regra quebrada, do paradigma rejeitado ou mesmo com um toque leve, modificado.
Nos acostumamos ao chão plano e reclamamos da descida porque escorrega, reclamamos da subida porque cansa. Mas, alguns querem descer pelo medo da altura e da forma mais rápida, como se sentados em escorregador, com direito a almofada anti - impacto. Outros querem a subida gradativa para não cansar e assim relembrarem com orgulho de quando estavam abaixo. Esse relembrar por vezes não é algo motivacional, fica mais como um passado a esquecer ou um modelo a expor para demonstração de supremo talento e ousadia. Será mesmo?
O chão é inconstante e até um sapato prova isso.
Andar de salto pelas calçadas é treinar a inconstância diante da adversidade "terrestre" do piso mal feito, desfeito, gasto.
Andar por entre as pessoas é o exercício da inconstância. Pessoas diferem em tudo e o tudo difere do nada porque somente no nada a verdade flutua.
Mas ... as pessoas se negam a ver aquilo que flutua .
O concreto fica, deixemos então a abstração?
A abstração que nos expõe a refletir, a criar.
Resultado para aqueles que se entregam aos diversos tipos de solos irreais.
Castigo aos costumes daqueles que vivem do limite entre o começo da folha sulfite e o fim da tinta da caneta.
Deixemos a inconstância balançar a alma porque a alma é imaterial, distinta e individual, logo é inconstante.
Que a inconstância comande a rota , porque seguir adiante é necessário, mas conhecer os lados é bem mais divertido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Expus meu devaneio , exponha o que achou ? Um beijo na alma *