Era o pensamento mais inesperado que ela podia ter !
Um pensamento sem total certeza, sem um olhar de realidade e principalmente sem abertura.
Era seu pensamento secreto e cretino. Cretino porque fazia um tipo de história voltar e uma análise chata, de sí mesma acontecer.
Analisava, refletia, revia os fatos e pronto: Lá estava o pensamento desregulado.
Era interessante notar, que apesar dos pesares, a idéia era estranhamente carinhosa, mas ainda assim fora do objetivo final. Da determinação mental .
Percebeu o problema de querer padronizar e cronometrar as sensações.
Intitular as reações diante da vida é a mais pura bobagem.
Deveria sentir a nova expansão, deixar-se levar adiante pela aventura cotidiana de esbarrar um capítulo ou deveria bloquear flashbacks de modo a privar a alma ?
Era sentir ou deletar, fingir e ignorar, ler entrelinhas de gestos e sinais escritos e divagar ...
Dúvidas, muitas dúvidas diante dessa complexidade, dessa sazonalidade de idéias surpresa, de idéias fora do padrão, da visão do que seria "exemplo".
Era, apesar de todo sentimento esquisito, gostoso perceber a entrelinha , a forma dada ao dia, que então ficava diferente.Ficava adocicado com toque de pimenta .
A opção de aventurar-se na corrente estava bem guardada no baú de conceitos que tinha.
Como a poeira levantou e expôs novamente esse pensar?
Não sabia dizer, apenas relutava entre ansiedade e coragem, entre disfarce e sorriso largo, animação e observação.
Encasquetada se mantinha .Encasquetada com um grilo, cigarra, bem te vi em dia de chuva , qualquer bicho suficientemente barulhento para cutucar o silêncio.
Fazia relações em segundos e viajava como a nova possibilidade de viver a vida.
Retornava ao chão quando enxergava sem a lente colorida e então calava qualquer opção ousada que tinha.
Revelar-se , revelando-se ...
Um filme em movimento ou condição estática de imagem e admiração?
Desvendar o véu, esconder-se nele (ainda mais) ?
Que seria ?
Não sabia dizer , nem mesmo podia ...