terça-feira

Ainda quero entender ...



Coisas engraçadas , estranhas, divinas ou tentadoras acontecem conosco todos os dias .
Comigo não é raro que elas sejam  muito estranhas e que surjam nos momentos mais organizados de minha vida. "Supostamente organizados... "
Supostamente, porque a vida no ensina a quebrar a rotina estabelecida e demarcada por nossas cercas de receio. A vida ensina através de surpresas.
Ensina em um dia cotidiano, frio e compromissado com horários e seleções .
Mas...
Não sabemos que é lição.Na verdade sabemos mas não queremos aceitar e não aceitamos porque não entendemos nada, absolutamente nada quando nossa cerca é amassada pelo trator da intensidade ocasional.Gosto de pensar que pode ser além de lição, pode ser reencontro?
Essa intensidade ocasional não é de "ocasião prevista", pelo contrário, é a imprevisibilidade que nos deixa tontos e apesar de tentarmos manter o passo certeiro e ritmado, eis que vem uma curva, uma descida daquelas bem escorregadias ou uma subida íngreme que necesista esforço e nesse esforço é que as mãos se desprendem do corpo, deixam de proteger o templo. Nós fechamos as mãos para não expor nossas linhas de vida e não da vida. Linhas de vida, porque não penso que temos uma vida por sí só , única e finita, Temos vida envolvida em tantas outras vidas que vira conjunção!
Nos fechamos até mentalmente e os sentimentos se trancam, se amontoam. Cada qual se escondendo atrás do outro.
Viramos um tronco duro de tensões e medos. Um verdadeiro fio condutor . Cheios de energias convertidas errôneamente!
E com tudo isso eu segui, segui na minha firmeza de menina mulher que se equilibra no salto fino na beirada do degrau e sem corrimão. Tudo com certa classe e sorriso, mas como quase todo mundo, densa, densa em tensões e receios  e na mesma medida segura, segura de capacidades além, ouso chamá-las até de capacidades mágicas. Essas capacidades impulsionam a ascensão silenciosa, mas na mesma medida afastam os que não as entendem e aproximam os que as conseguem "trabalhar" ou mesmo provocá-las .
Minha firmeza foi, foi, foi indo longe e de repente se deparou com a mesma altura .Não podia pular, nem mesmo passar por baixo. Não deu também para sair pelo lado. Tentei recuar mas parece que a altura tinha criado lados e ai eu fiquei presa ( Ainda arrisco algumas vezes, tentar voar, se é que já não estou!)
Em um primeiro momento achei um horrível porque me tirou daquela firmeza e da continuidade e do esconderijo. No segundo momento eu até quis cultivar ali algumas flores, fazer recanto e jardim, talvez meu novo templo de concentração e trabalho de energias. Seria : da torre para o quintal?
O tempo foi passando em dias, apenas em dias, e eis que eu estava totalmente confortável naquele espaço, apesar de sentir um certo receio. O que me fez ficar?
Bom, me desafiou e eu ainda quero entender.
Pode ser que seja um pedaço de paraíso que só se pode descobrir quando o scarpin sai do pé e quando o ar fica com gosto de chocolate . Vou mais longe, digo até que é preciso quebrar taças empoeiradas e degustar o vinho beeem devagar na taça nova ...
Mas apesar da magia posta e exposta, eu ainda quero e VOU entender.
Desafiado está .

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