terça-feira

E assim resolvi deixar ...



Minha personalidade me consome às vezes, pela sua mania detalhista de ver e compreender as coisas e nesse mesmo processo, minha personalidade me faz fiel ao que sou, ainda que as ações geradas pelo Sou nem sempre sejam as melhores.Não são as melhores para quem vê de fora, mas com sincera dose de egoísmo,me faz bem manter um ponto fixo e não desviar do caminho, do objetivo.Esse egoísmo sobre o Sou me faz realizar o que preciso e quando preciso.
Ao longo do tempo, os detalhes ressaltados pela minha personalidade criaram em mim algumas cicatrizes em alto relevo, impossíveis de esconder, mesmo que alguma nuance de sorriso faça clarear o espaço.
Por muito tempo eu risquei com ponta de tesoura a cicatriz e riscava porque acreditava que ela poderia sumir quando cortada aos poucos.Acabei por intensificar algo.
Sabe, não adianta tentar retirar o feito e nem carregar nas costas um mundo de pré-ocupações.Eu sou expert em remar contra maré, gosto disso porque no fim a maré leva é pro buraco (risos), mas em determinados casos eu optei em pegar meu bote e ir pela terra, em um caminho totalmente novo, ainda que bem difícil e cheio de desníveis.
Eu resolvi deixar porque o que me desce pela garganta rumo ao coração não tem sido bom.É uma dose gelada, um vento frio  que congela qualquer pensamento positivo e eu definitivamente não quero mais isso.
Quando abrimos mão de algumas coisas ,sempre fica um eco, um pedido para que tais coisas retornem e tudo fique como era antes.Eu até poderia ceder, mas eu cansei e resolvi demolir as paredes todas, desentortar as portas e quebrar alguns vidros das janelas, talvez incendiar a proposta de como deve ser para um novo feito.
Talvez eu deixe um abalo na minha estrutura com tal decisão, mas como disse antes, eu não vou navegar por águas cansativas e insalubres .
Se necessário faço as malas dos conceitos, fogueira com a indecisão, dobradura com o concreto só para ter uma visão abstrata da vida.
Se necessário enterro as cores e vivo no clássico.
Não deixarei de ser quem sou, apenas resolvi deixar pegadas ao invés da presença,silêncio ao invés de argumentação,olhos fechados ao invés de observação.
Resolvi deixar porque agora é preciso e antes também foi.
Resolvi deixar assim, de um jeito imaculado, abaixo do véu,sob o céu de estrelas de um quarto e acima da cômoda.
Tempo de deixar e tornar-se além, ainda que seja apenas pela necessidade, pois a calmaria em mim é quase impossível.É impossível porque sou um ser que não compreende sociedade pela estatística e muito menos convivência pelo simples fato de agradar. Quero mais e sou mais em mim.
Meu planeta é seletivo,minhas palavras ardidas a quem tá acostumado com o comum, meu toque é distante porque não consigo pegar aquilo que de fato não desejo ter e não gosto de ter porque é obrigatório, gosto de ter o que me acalenta.
Resolvi deixar para não chatear os que amo, mas novamente com dose de egoísmo sagaz, resolvi deixar para não me chatear...principalmente para não me chatear.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Expus meu devaneio , exponha o que achou ? Um beijo na alma *