sábado

Entre espadas e as palmas das mãos ...




Entre meu espaço e o do outro há muito mais do que se vê.
Há trevas e luz,frio e calor,entrega e retenção,desafio e mansidão. 
Entre o dentro e o fora , meu lado direito e esquerdo, acima e abaixo de mim,frente verso, tudo diferente e desbravador. 
Um lado se eleva e outro se comprime.
Um lado se expande e se espalha e outro domina o espaço que ficou vazio.
Lados que se sobrepõem com tamanha pressão.
Uma só, duas, três ou quatro partes...
Tudo e nada na mesma medida ...
Medida inexata porque se inunda de ser e deixar de ser,
Predestinada ou apenas autora do destino que se mostra nas palmas das mãos ,
Destino talvez desenhado entre espadas que cercam ,
Palmas das mãos que se cortam ao afastá-las e palmas da mão que cicatrizam quando expostas ao vento,
Entre epiderme e aço,visível e invisível
Eis a vibração em que navego ,
Solta, presa em véus coloridos, em chãos de passos contados ...
De frente ao espelho com a chama e a ventania do soprar
Os lados em representação para uma suposta análise ...
Ou não !
Entre espadas e as palmas das mãos , existem elementos que vem em vão
Existem e sob a égide de estrelas cumprem sua função,
Inexistem aos olhos desencantados por desconhecerem a missão .
Talvez seja a loucura causada pela busca contraditória ...
Prefiro pensar na verdade, ainda que em nada seja Absoluta,
É luta entre espadas e as palmas das mãos
Umas cortam e outras afagam,
Umas protegem ao apontar e a outras tomam para sí quando abraçam
Umas afastam pelo medo e a outras se enlaçam pelo segredo
Espadas regem com autoridade, mas são as palmas das mãos que escrevem as canções, as melhores composições ...
É necessário ser mais humano que guerreiro,
Mais criativo e envolvente que autoritário ...
Talvez usar as mãos para manipular uma espada não seja tão gratificante quanto forjar a mesma ...
Forjar exige arte e observação e manipular geralmente foca só um guia de regras
Entre espadas e as palmas das mãos e entre o que sou e o que sou de fato há muito mais ...
Porém nas duas situações o que impera é a sensibilidade e a capacidade de entrega sem medo. Medo que talvez tenha se tornado rampa de acesso.
Nas duas situações surgem feridas, mas toda ferida cicatriza hora ou outra !
Eis a guerreira, a abstração e a decomposição ...
Eis a criatividade, a humanidade e a completa e excêntrica forma divina de estar sempre entre e nunca nas extremidades.
Nem fim nem começo, apenas o movimento
Movimento dado pelas mãos à espada  ...
Habilidade ao objeto, objeto para habilitados .
Espaço entre ambos :eternidade.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Expus meu devaneio , exponha o que achou ? Um beijo na alma *