sexta-feira

À flor da pele ...



É uma flor rara, vive escondida entre os veús da alma , misturada ao mundo visível entre cores e formas, sons e silêncio.
Flor tão rara que não é regada pela água , não depende do vento , da estação .
Flor de cor indefinida , talvez não tenha cor ou tenha em sí, todas elas de uma maneira tão incandescente que não anula nenhuma, pelo contrário , destaca -as.
Essa flor não tem caule, nem folha.
Não tem vaso que a comporte , cantoneira que a inclua , jardineiro que cultive...
Trata-se de uma flor pessoal e impessoal ao mesmo tempo.
Uma flor assimétrica , abstrata, densa, flutuante !
Flor que emana e reflete , flor que atrai e afasta.
Essa flor fica internamente solta, viajando de dentro pra fora e contornando a aura . Cada passar de pétala gera uma energia, transforma , transmuta.
Essa flor não tem tamanho, nem peso ou medida. É totalmente imensurável, intangível.
Não há como retratá-la, apenas esboçar uma idéia ... Talvez vaga .
Somos um solo de emoções .Solo porque ainda habitamos um plano "original" demais . 
O plano real é anti - originalidade !
É loucura fora do molde e é nele que a flor mantém raiz .
A impressão de que ele é externo a nós?
Errônea !
Contido e Incontido em um mesmo ser, com a mesma equação sem resposta .
A raiz e a flor num mesmo lugar, porém, em dimensões diferentes ,dentro da mesma camada de energia.
Somos então templo com sombra de árvore e jardim secreto.
Acredito até que somos a própria flor e vivemos sempre à flor da pele .
Expostos e ocultos , cada qual com seus mistérios.


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