Passei uns dias de pausa, um longo feriado emendado, daqueles que você se programa para curtir família e descansar, no entanto, há sempre tanto a fazer, detalhes a arrumar, uma vida para organizar em um curto espaço de tempo ou mais espaço que tempo...
Tenho percebido o quanto algumas coisas me cansam e se tornam tão chatas e isso de alguma forma me preocupa. Será que sou anti rotina mesmo ou será que minha alma anseia novidades sempre ?
Bom, eu acredito que na vida tudo tem um tempo certo. Tudo é feito por um tempo.Tempo suficiente para se aprender algo e até mesmo desaprender . Desaprender porque tem muita coisa que se sabe e muita coisa desnecessária que precisa deixar de ser feita.
Eu sou bem assim: faço por um tempo e sei quando chega a hora de deixar de fazer. Faço o tempo necessário para cumprir alguma etapa, por mínima que seja. Etapas sempre cheias de desafios, altos e baixos, inconstância de sentimentos, tempestades absurdas de valores, estranhezas então...
De repente tudo passa a sumir como a magia no éter, evapora e eu fico naquela névoa, flutuando sem saber ao certo, pelo menos por um tempo, que direção seguir. Ah, isso me dá uma raiva ! Fico chata, extremamente chata e mais crítica do que já sou. Apesar de entender bem (pelo menos em teoria) que a vida não é prontidão e sim mudança, detesto ficar nesse limbo de caminhos . Seja de que espécie for ! Mas, depois eu me glorifico diante de tanta nova energia .
Me falaram hoje que o que faz isso comigo é o desapego que tenho...
Será que isso é realmente ruim? Será que não é exatamente assim que se precisa ser perante tudo e todos ?
Posso amar o que faço e continuar amando aquilo que fiz,mas não preciso ter grudadas em mim, todas as obras de minha alma.
Não tenho necessidade de me apegar a tudo. Tem coisa que realmente desejo que acabe e que uma nova coisa ( chamo de coisa porque adere a qualquer coisa - risos) comece. A sensação de desapego que tenho diante de alguns conceitos padrões dessa nossa insana sociedade pode parecer uma certa falta de comprometimento e eu sei muito bem disso, mas, sei também que quando faço minha obra, faço de forma diferenciada, com ousadia e criatividade, plena de excelência, sem precisar ficar por tempos e tempos na mesma tarefa.
Tudo que é demais pra mim enjoa e enjoa muito.Não gosto de me sentir presa a nada comum.Gosto dessa liberdade meio inquieta, de hora estar bem com sorriso estampado e de hora estar irônica e brava pelo marasmo.
O bom de tentar entender tudo isso que me acontece é que encontro um importante processo de descoberta, descoberta do que e de quem realmente eu sou: Assim mesmo, gosto e desgosto, quero e não quero mais, nada previsível, indiferente a certas patifarias sociais e determinada a mudança do que realmente vale meu esforço.
Talvez eu ainda seja muito eu e pouco nós, talvez, porque como todo ser humano, tenho muitos nós a desatar e se não consigo eu os corto pra liberar espaço.
Tem gente que gosta, tem gente que não, mas esse tal desapego em mim é tão pegajoso. Impossível lutar contra ele, seria então lutar contra o que eu sou e isso realmente não faço mais. Sou o que sou e só assim sou sempre melhor, artista da minha existência e profissional de alma livre, amante de forma intensa e desapegada das formas , apegada ao éter que me balança a tantos e tantos paraísos por mim descobertos.
Ao sagrado desapego que me apego, deixo meu supremo agradecimento !
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