Muito se fala de integração, relacionamento interpessoal,grupo...
Tudo isso é fundamental para o mundo. Concordo em partes e vou dizer o motivo.
Eu sempre gostei de pessoas, mas de poucas. Não porque sou exigente, mas porque muita gente perto de mim vira ruído, confusão. Sei lá, não sou um ser anti-social, mas tenho baixa tolerância a alguns excessos e algumas ausências que muita gente carrega, da mesma forma que sei e reconheço o quanto também não sou fácil, mas, aprendi a lidar com a minha problemática e a amenizei, porém, deixar de ser exatamente como sou, seria anular-me.
Gosto de idéias na medida, organizadas, de pessoas mais brandas, mas nem tanto, pessoas que mais observam que falam. Eu sou mais observadora e muitas vezes mais tagarela, depende do dia, como todo mundo, mas eu me sinto incompatível a uns padrões que existem, seja padrões fúteis ou extremamente sérios.Penso que na vida nada deve ser padronizado. Cada dia é diferente e dentro destes dias, as pessoas também mudam, conforme o que lhes é apresentado, portanto ser sempre a mesma é agir com falsidade diante da necessidade de ser diferente.
Uma confusão tudo isso, compreendo.
O que não compreendo é o motivo de realizar toda a vida em grupo . Bom, existem coisas que funcionam com número reduzido de pessoas. Inegável.
Outras, funcionam melhor com mais cabeças pensantes ou mãos habilidosas.
Mais uma vez, depende .
Goste de pensar que existem seres de muitos e seres de poucos.
Os de muitos possuem a necessidade de conviver em um estilo aldeia. Todo mundo junto, o tempo todo, fazendo coisas juntos e mudando de lugar juntos. Uns chegam a se tornar uma espécie de trupe, outros uma equipe treinada para tomar decisões juntos, ainda que a vida seja apenas de um.
Ops! É ai, ai mesmo ,que fica o diagnóstico problemático da vida grupal. Como muitos, podem decidir por um, se o um não sabe ou o que estão decidindo por ele, ou se algo da vida dele precisa ser realmente decidido?
Uma pessoa pode simplesmente ser de muitos e ainda assim necessitar de sua particularidade tão promotora do desenvolvimento.Isso mesmo, apenas nós mesmos somos capazes de saber o que realmente nos incomoda ou agrega.Acabamos por delegar tais funções a outros e damos o nome a isso de " conselhos ". Conselhos não são ruins, mas, também não são bons .
Muitas vezes, o conselho inibe uma atitude de quem nunca tomou atitude, ou fomenta uma ação explosiva de quem precisa parar e ponderar antes de agir.
Eu não sou de pedir conselhos e odeio os dar. Não, não é egoísmo, mas eu prefiro falar das coisas de maneira geral, sem direcionar ao problema da pessoa e sabe por que ? A pessoa com problema conta algo, mas há muitos desses algos iguais no mundo e muitas vezes, os motivos são os mesmos e se não forem, é muito melhor ter uma visão sistêmica da coisa toda do que uma visão isolada. Pego o problema da pessoa e conceituo de forma geral. Do contrário, a pessoa continua presa no problema,não enxerga nada além disso, muito menos solução.Com a visão geral, ela mesmo é capaz de criar a ação necessária e isso tem um nome : P E N S A M E N T O - Vulgo, poder de decisão.
Quando se vê o mundo por fora, se entende melhor o que tem dentro, porque passamos a compreender e entender de algo chamado proporção, tamanho, intensidade.
Eu não sou de muitos. Faço parte do time dos poucos.
Não deixo amizades de lado, apenas não tenho a necessidade de grudar nas pessoas por mais de 24 horas.
Posso perfeitamente passar um ano sem ver uma grande amiga e ainda assim continuar a amá-la como uma irmã. Gosto do silêncio de casa, do meu canto, dos meus livros, da minha "eremiticidade". Só, no meio de tantos e até dos familiares amalucados que tenho ( risos). Uma eremita na cidade que apesar de algumas críticas engraçadas pela preferência de viver mais só que junto, faz da vida um momento de sentir .Sentir o silêncio, o barulho ( quando quero ...) e muita gente, nesse caso, atrapalha minha percepção.
Eu apenas acredito que tenho um domínio da minha vida que todos possuem : o de escolha e o de molde. Moldo os meus dias: Dias de muitos e dias de poucos.
Respeito os de muitos, mas adoro os de poucos.
Essa minha eremiticidade faz de mim externamente pouco visível, tangível e para alguns, até pouco simpática, mas, pouco importa.
O muito para mim é agressivo e o pouco faz de mim muito extensa na capacidade de mudar a vida como quem dirige um filme.Mudo as cenas, os temas, mudo a mim.
Os de muitos adoram assistir a novela da vida alheia e os de poucos escrevem todo o cotidiano...
* E R E M I T I C I D A D E - Acho que eu criei rsrs - Não tem no dicionário .Nem adianta tentar achar :)
* E R E M I T I C I D A D E - Acho que eu criei rsrs - Não tem no dicionário .Nem adianta tentar achar :)
Nossa! Eu me identifiquei muito com o conteúdo deste post. Vou recomendar no Facebook^^
ResponderExcluirSalam, borboleta!
ResponderExcluirUau, vc é intensa! Fantástico post.
bjs