Vivemos na ilusão do "plano" seguro, concreto, preso,demarcado.
Oxidamos as engrenagens com o veneno industrial, com o concreto fabricado, com o arame farpado, com o aço retorcido, com a grade trabalhada, com o vidro jateado.
Preenchemos os vazios com as pontes, mas sem a vontade de céu, a ponte exala apenas a vontade de velocidade para o acesso entre "civilizações".
Mudamos o tom, as cores reais.O verde vira cinza, o azul fica preto.
Despejamos os restos de idéias que borbulham, que queimam e matam tudo o que pela frente encontra.Os restos descem pela tubulação. Degustamos nossos próprios resíduos num copo fabricado.
Abrimos espaços, deixamos tudo opaco porque precisamos "progredir".
Nos desenvolvemos insustentavelmente e ficamos aterrorizados com a falta de sustentação que surge pela regra imutável e natural.
Abalados, sem rumo, sem nada.
O globo avisa, decodifica as mensagens. A cisma permanece , mas não faz mudar a atitude.
O plano modifica, imprevisível como é.
Em conflito interno, como em um grito, se expandem as batidas do coração mais importante : o coração da Terra.
Ele bate, abala, incontrolável.
Modifica e retoma a paisagem original.
Um sismógrafo desenha, como um eletro, a doença, a vida.
As estatísticas ensinam, coloridas, o tamanho, a proporção, o limite , mas a visão ainda ignora as lentes e as ações continuam presas ao fator "progresso".
Tudo se desprende, desaparecemos, esfolamos.
O olhar antes projetista, se arregala . As mãos antes promotoras de ordens seguem ao rosto como uma oração. As mesmas mãos que antes, pela individualidade queriam apenas a ajuda material, pedem a ajuda divina, pedem ajuda do outro.
O corpo curvado em desculpas a Terra, oposto ao corpo que pisa jardins...
Mais um abalo e a pergunta permanece : Será preciso mais uma lição prática para se aprender que a mudança só pode ocorrer em SINERGIA?
Do contrário vira Caos, retratado todo dia por uma cisma sísmica.
E ainda assim, nós continuamos a dizer: Isso ocorreu por "uma falha" na placa.Ou será que não foi por uma falha extremamente HUMANA?
Por Val Amores*