quarta-feira

Uma charada barata sobre adaptação ... Livrai-nos !





Quando se vivencia um cotidiano em meio a diversas personalidades e jeitos de fazer, a adaptação é um ato necessário e muito complicado. Tenho plena consciência de que a graça da vida existe pelas diferentes personalidades que encontramos no decorrer de nossa caminhada terrestre, mas na mesma medida, sou sincera em dizer que a adaptação, apesar de difícil, é ainda o menor dos problemas. 
Quando existe a adaptação dentro de um contexto verdadeiro de sociabilidade, ai sim, aí eu vejo momento oportuno de aprendizado. Quando eu vejo que a adaptação é imposta por uma convenção teórica ou simplesmente para impulsionar alguém a algo com o slogan de bom ou boa mediadora, começo a não acreditar mais na adaptação como "um bom negócio" para a alma. 
Falo de alma porque acredito que temos impulsos oriundos de uma energia interna gigantesca que faz com que possamos nos direcionar rumo aos nossos reais interesses. E quando a mobilidade vem dessa energia, ou seja, quando a mudança vem pela necessidade da alma ou a partir da essência, temos de fato as verdadeiras boas ações. 
Para mim, o que é feito pelo impulso da "convenção" ou pela necessidade do título motivacional de manter uma boa relação interpessoal, torna-se falso e até me causa certo repúdio, uma vez que a autenticidade, embora não a tenhamos em 100% em nossa sociedade, é nossa verdadeira identidade e no fim das contas ela sempre dá as caras. Seja num momento de saco cheio, seja num momento de plena e pura euforia. 
Há nesse espetáculo terrestre de adaptação pessoas que conseguem se elevar mantendo certa dose de autenticidade e aquelas que somente se elevam mantendo em evidencia a personalidade e o o desejo de outro.
Esse encontro entre personalidade e adaptação pode ser algo tão exaustivo e muitas vezes se torna um espetáculo de horrores!
O espetáculo se inicia quando a grande jogada envolve poder. O poder é algo letal quando não é bem usado. 
Tenho acompanhado a transformação de pessoas que eu admirava e essa transformação está sendo para mim um certo espanto. Ver o bom se diluir pelo puxa -saquismo, pelo hábito de uma falsa moral e de teorias cansativas tem gerado um certo desconforto mental e a pior parte é que eu estou desgostando de pessoas nas quais eu coloquei certa dose de "fé". Independente de religião, porque fé para mim é uma reação química entre corpo e universo e não algo que deva ser promovido por algum sacerdote. Aliás, essa idolatria Papal que tentam nos enfiar garganta abaixo é um exemplo clássico de que o poder corrompe, manipula e inutiliza as mentes mais brilhantes, já que estas, são obrigadas a participar de um show hediondo de fanatismo.
Eu ainda acredito nas pessoas, poucas, mas acredito. Acredito ainda mais nesse Universo gigantesco que de seu modo, coloca tudo no lugar e por isso, somente por isso, me mantenho firme em minha essência e no que considero suficiente no quesito adaptação. Tenho procurado não me vender a convenções banais que podem no máximo, gerar sorrisos falsos em uma festinha de fim de mês.

E esse poder de que tanto falo. O que é?

O poder é uma ventania que surge de repente e move pessoas de lugar. As pessoas mudam seus olhares e suas paisagens e em contrapartida ainda insistem em dar uma espiadinha no que deixaram em outro extremo, só que quando a conta bancária se mostra mais agradável e quando os elogios e o brio passam a ser a preferência, logo o olhar se acerta ao novo horizonte proposto por alguém com poder ainda maior e ai a pessoa se perde num labirinto de pré conceitos e inutilidades. Sei bem que todo mundo precisa e quer ter uma vida confortável e não critico isso.Não critico uma evolução profissional ou a melhoria. Critico a mudança sem evolução.É isso que tenho visto.
O poder mal usado traz consigo o medo e as ameaças e estas por sua vez rotulam pessoas como "câncer ", desmotivam equipes e promovem uma antiga falta de coerência e semancol !
O poder então, a meu ver, faz desabar boas ideias e tenta materializar tudo. Tudo é gráfico, tudo tem que ser rentável e todos precisam ser bonecos de um espetáculo semanal autorizado pela legislação .
Esperançosa e criativa, sigo com minhas observações e com meus repúdios e graças a isso, procuro pisar em terrenos mais verdadeiros possíveis,ainda que pequenos e sempre ao lado de pessoas mais naturais.Para alguns, as pessoas mais grosseiras de um pequeno universo semanal. Eu as adoro !
Talvez por isso, adaptação para mim ainda seja um grande e cansativo enigma.
Muitas vezes, eu até tento decifrar e me propor,mas quando vejo que se trata de uma charadinha barata e contada por Humanos não praticantes , faço questão absoluta de não promover o mínimo sorriso.Fico em minha absoluta e nem tão certa certeza de que Ser ainda é mais importante que Estar. Estar passa, acaba e mexe demais com uma essência que em tempos de poucas vocações boas, precisa ser preservada. Ser é algo que permanece e nos move rumo a decisões íntegras e alinhadas com a alma.
Podemos escolher uma adaptação justa para todos ou podemos nos vender a uma paródia cotidiana de gente que tenta ser gente que entende de gente.

Me abstenho disso...
Amém !


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